A inadimplência dos consumidores está bem acima da registrada em 2004 e o valor devido aumentou. Levantamento divulgado ontem, pela Serasa, mostra que a inadimplência recuou 2,9% em abril na comparação com março, por efeito sazonal, mas aumentou 18,2% em relação a abril de 2004. O estudo leva em conta registros de cheques devolvidos, títulos protestados, dívidas vencidas com bancos, varejo, administradoras de cartões e financeiras.
A dívida com cartões de crédito já supera os cheques sem fundo. Em abril, 35,2% do total da inadimplência do consumidor eram com cartão de crédito. O valor médio ficou em R$ 250,65, com alta de 9,2% sobre abril de 2004. Os cheques devolvidos por insuficiência de fundo ficaram em segundo lugar, com 34,6% do total, e valor médio de R$ 512,20 – 21,5% a mais.
A seguir estão as dívidas com bancos (28,6%), com valor médio de R$ 1.045,53, 15,8% a mais do que em abril do ano passado. Os títulos protestados representam apenas 2% da inadimplência, mas o valor médio também subiu 14,7%, alcançando R$ 685,45.
Segundo a Serasa, a inadimplência das empresas caiu 6,4% em relação a março e alta de 17.9% sobre abril de 2004. Do total de inadimplência, 41,4% eram títulos protestados, com valor médio de R$ 1.409,10. Em segundo estão cheques sem fundo (39%) e dívidas bancárias (19,6%), com valor médio de R$ 1.190,27 e R$ 3.307,45, pela ordem.
Os técnicos da Serasa ressaltam que a redução da inadimplência é sazonal e, no caso das pessoas físicas, é resultado da estagnação da renda e da elevação de preços de produtos essenciais, como alimentos, transportes e remédios. ?A alta do Indicador Serasa de Inadimplência da Pessoa Jurídica sugere que a política monetária adotada pelo Banco Central já causa impacto nas finanças das empresas?, diz a Serasa.