A taxa de inadimplência no setor de ensino privado atingiu 9% no ano passado, alta de 0,2 ponto porcentual ante 2015, de acordo com pesquisa do Sindicato de Mantenedoras de Ensino Superior (Semesp). Foi o segundo ano consecutivo de alta e a expectativa da entidade é de novo aumento em 2017, para 9,2%.

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O indicador considera recebíveis em atraso há mais de 90 dias. Os calotes no setor vinham em trajetória de queda até 2014, quando atingiram seu menor nível histórico, de 7,8%. A partir do ano seguinte, a redução na oferta de financiamento estudantil pelo Fies e o aumento do desemprego passaram a afetar os indicadores.

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Para o diretor executivo do Semesp, Rodrigo Capelato, a baixa oferta de vagas de financiamento tende a continuar afetando o índice de inadimplência. A expectativa é de uma recuperação apenas a partir do segundo semestre de 2018.

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O risco do aumento dos calotes é a piora no caixa, sobretudo de instituições privadas de pequeno porte e que têm pouco acesso a crédito. A inadimplência de curto prazo – de até 30 dias – chegou a 16,6% no último ano. Embora parte desses recebíveis sejam recuperados algum tempo depois, os pequenos atrasos atingem o capital de giro das companhias. “Muita instituição pequena recebe em dia uma parcela muito pequena das mensalidades e precisa de empréstimos para pagar os salários e quitar suas obrigações”, conclui Capelato.