O total de ações de cobrança levadas à Justiça por inadimplência em condomínios voltou a crescer em junho, depois de dois meses de queda. Levantamento organizado pela administradora de imóveis Hubert, com dados do Fórum de Justiça de São Paulo, mostra que no mês passado o número de processos ajuizados na capital paulista contra condôminos que atrasaram o pagamento subiu 39%, passando de 800 ações em maio para 1.113 em junho.
O resultado interrompe a redução registrada em abril (-35%) e em maio (-4%) deste ano e retorna a níveis observados no início do ano, período em que os reflexos da crise financeira mundial no País eram mais intensos. Na análise semestral, de janeiro a junho deste ano, o total de processos cresceu 53%, passando de 726 ações para 1.113.
Na opinião do diretor do Grupo Hubert, Hubert Gebara, o aumento do número de ações acompanha a alta na inadimplência de setores como o de financiamento de veículos e de crédito concedido pelas instituições financeiras. Dados do Banco Central (BC) apontaram que em maio a taxa de inadimplência da pessoa física foi de 8,6%, ante 8,4% em abril. Em maio de 2008, a inadimplência da pessoa física era de 7,4%.
“Assim como a inadimplência se refletiu em vários setores da economia, ela foi sentida também nos condomínios. Os condôminos estão inseridos na economia como um todo”, explica Hubert. O diretor avalia que a alta em junho foi atípica, uma vez que a economia está apresentando sinais de recuperação. “O resultado em junho foi uma exceção. Acredito que em julho teremos uma nova queda. O mercado melhora, o comércio está empregando de novo. Isso deve gerar benefício a todos os setores”, completa.