O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, avaliou nesta quarta-feira, 29, novamente que a concentração bancária no Brasil não é muito diferente da que ocorre em outros países. “Depois da crise 2008, em muitos países, os sistemas ficaram mais concentrados para ficarem mais seguros. Isso não aconteceu só no Brasil. Mesmo nos Estados Unidos houve aumento da concentração bancária”, repetiu.

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Campos Neto ponderou que nenhum estudo sobre a competição dos bancos no País seria “muito conclusivo”. Ele voltou a dizer que a inadimplência é o principal fator que compõe o spread bancário, mas afirmou que há distorções em todas as variáveis do spread.

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“O tema do spread bancário precisa ser mais explicado. Esse custo no Brasil não é compatível com o de outros países emergentes”, admitiu Campos Neto.

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O presidente do BC mais uma vez defendeu que os maiores problemas estão dentro da inadimplência do crédito. Dentre eles estariam a assimetria de informações, a falta de boas garantias e o baixíssimo nível da recuperação de crédito.

O diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do BC, João Manoel Pinho de Mello, citou que os spreads são menores onde há mais concorrência. “O que importa é concorrência, e não concentração. É possível ter concorrência em um setor concentrado, e é possível não haver concorrência em um setor fragmentado”, argumentou.

Autonomia do BC

O presidente do Banco Central disse ainda que discutiu com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o projeto de autonomia do BC e outros temas da agenda econômica. Os dois se encontraram nesta quarta-feira para café da manhã. “Existe estratégia de pautar em breve o projeto de autonomia do Banco Central”, afirmou.

Campos Neto disse que todos os projetos apresentados nesta quarta na agenda BC# são prioridades, mas a definição da ordem de votação é do Legislativo. “Maia já manifestou que apoia agenda econômica, tivemos conversa boa sobre vários temas”, completou.