A inadimplência do consumidor brasileiro cresceu 2,9% em julho em comparação a junho, apontou hoje o Indicador de Inadimplência de Pessoa Física, divulgado pela empresa de informações econômicas Serasa Experian. A alta é ligeiramente superior à registrada em junho, de 2,1% ante maio. Ainda que tenha apresentado alta, o indicador caminha em trajetória de desaceleração desde o segundo trimestre do ano. O volume das dívidas não pagas em abril, por exemplo, teve crescimento de 7,2% ante março.

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Para os analistas da Serasa, a perda de fôlego na inadimplência do consumidor deve-se à recuperação da economia brasileira diante dos desdobramentos da recessão. “A partir do 2º trimestre de 2009, aumentou a contratação de mão de obra, o crédito retornou com prazos mais longos e as dívidas voltaram a ser negociadas com taxas de juros menores. A crise já pode ser enxergada pelo retrovisor”, comemorou.

Os dados também mostram que a inadimplência perdeu força do primeiro para o segundo trimestre do ano. Entre janeiro e março, houve elevação de 11,4% na comparação com o mesmo período em 2008, ainda refletindo os efeitos da crise econômica mundial. No segundo trimestre, porém, houve um crescimento menor, de 9,4%. O volume de dívidas não pagas no intervalo de abril a junho ficou estável na comparação com o último trimestre de 2008, quando também houve crescimento de 9,4% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Mesmo em ritmo desacelerado, a inadimplência do consumidor teve crescimento de 9,9% nos sete primeiros meses de 2009, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Na perspectiva dos analistas, o volume de dívidas não pagas deve apresentar quedas graduais nos próximos meses. Contudo, não deve se aproximar dos níveis observados no pré-crise. Para a Serasa Experian, o conceito de inadimplência leva em conta a entrada do nome do devedor nos bancos de dados da empresa. O prazo da inadimplência varia conforme a instituição que cede o crédito.

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Ranking

Na análise da inadimplência por segmento, bancos e cartões de crédito encabeçam a lista dos principais tipos de dívidas não honradas pelos consumidores. Nos primeiros sete meses de 2009, as dívidas com bancos representaram 44,1% do Indicador Serasa Experian, ante 43,2% no mesmo período em 2008. Em seguida, aparecem as dívidas de cartões de crédito e financeiras, que representaram 36,6% da inadimplência das pessoas físicas, ante 32,2% na mesma comparação.

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Em terceiro lugar estão os cheques sem fundos, com 17,4% no acumulado até julho de 2009. No mesmo período do ano passado, essa modalidade havia apresentado 22,3% de participação no indicador. Encerram o ranking os títulos protestados, que nos sete primeiros meses deste ano tiveram uma participação de 1,9%. De janeiro a julho de 2008, a representatividade foi de 2,3%. Já os cheques sem fundo tiveram crescimento de 34,6% no valor médio das dívidas nos primeiros sete meses de 2009, em comparação com igual período do ano passado. Os títulos protestados apresentaram alta de 17,1% na média.