Com a crise financeira, mais empresas não têm conseguido manter o pagamento dos empréstimos em dia. Em janeiro, o total de parcelas com atraso entre 15 e 90 dias cresceu 25,9% em relação a dezembro. Na comparação com janeiro de 2008, o salto é de 149%. Segundo o Banco Central, bancos têm a receber – apenas de pessoas jurídicas – R$ 921,8 milhões em prestações que deixaram de ser pagas no dia combinado. O cenário econômico pior que o esperado e a queda da demanda explicam essa falta de pontualidade.
No primeiro mês do ano, o índice de atraso nos empréstimos às empresas atingiu 2,4% dos créditos, quase o dobro do registrado em setembro de 2008 – mês em que houve o agravamento da crise, quando o indicador estava em 1,3%. Desde então, os atrasos se avolumaram. Em apenas quatro meses, companhias deixaram de pagar R$ 431,8 milhões aos bancos. Isso fez com que o indicador de atraso atingisse o nível mais alto desde novembro de 2000, quando estava em 2,5%. Isso explica porque os bancos têm elevado o spread – diferença entre a taxa de captação e empréstimos – apenas nas operações para as empresas.
Esse movimento ainda não conseguiu ser registrado pelos indicadores de inadimplência do BC. Isso porque, para o BC, apenas os pagamentos vencidos há mais de 90 dias recebem o título de inadimplente. Atrasos menores não são incluídos nessa categoria. Na semana passada, o BC informou que a inadimplência havia ficado em 2% em janeiro, índice igual ao de janeiro de 2008, embora maior que o 1,8% de dezembro.