O chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Túlio Maciel, disse hoje que a inadimplência do crédito para pessoa física deve ter acomodação ao longo do segundo semestre, primeiro estabilizando e depois recuando de patamar.

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Segundo ele, o aumento que ocorreu ao longo destes sete meses de 2011 refletiu o maior aperto nas condições de crédito, mas a continuidade do crescimento da economia, do emprego e da renda indica que esse processo deverá ser estancado. Maciel salientou, contudo, que essa acomodação é um processo gradual, que tem defasagem.

Juro

O juro médio cobrado nos empréstimos no segmento de crédito livre permaneceu, na média, estável em 39,7% nos 11 primeiros dias de agosto. Dados preliminares divulgados por Maciel mostram que a estabilidade foi construída com movimentos inversos entre os segmentos de crédito oferecidos pelos bancos.

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Na pessoa física, o juro médio nesse período apresentou aumento de 0,7 ponto porcentual na comparação com o fim do mês passado, para 46,4%. Nos financiamentos para empresas, no entanto, a trajetória foi inversa e a taxa média caiu 0,7 ponto, para 30,7%. Na média final, portanto, o juro médio seguiu estável nos 11 primeiros dias de agosto.

Com relação ao spread, a média no crédito livre teve ligeira alta de 0,1 ponto, para 33,2 pontos. Na pessoa física, houve aumento de 1 ponto na comparação com julho, para 34,1 ponto. Para empresas, o spread médio caiu 0,9 ponto, para 18,4 pontos.

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“Nossos dados avançam até o dia 11 de agosto. Ainda não está refletida a turbulência”, disse Maciel, ao comentar a decisão da agência de classificação de risco Standard & Poor’s de reduzir o rating (nota) dos Estados Unidos no início do mês.

Recorde

O chefe do departamento econômico do Banco Central informou que os prazos médios do crédito livre (tanto o dado geral, como os números para pessoa física e jurídica) em julho atingiram níveis recordes. Mas ele ponderou que, no caso de pessoas físicas, o movimento foi determinado basicamente pelo crédito imobiliário, enquanto o crédito pessoal ficou estável e o de veículos teve queda no prazo.

Consignado

Maciel destacou que o crédito consignado tem crescido em ritmo mais moderado neste ano e, por isso, tem perdido participação no saldo do crédito pessoal. O chefe do departamento econômico do BC explicou que, em dezembro de 2010, o consignado representava 61% do crédito pessoal e, em julho de 2011, chegou a 58,9%.