Apesar da queda de 4,7% em setembro, comparada a agosto, a inadimplência de consumidores no Brasil acumula alta de 14,1% nos nove primeiros meses de 2005, em relação a igual período do ano passado. Segundo o Indicador Serasa de Inadimplência Pessoa Física, o índice também aumentou no comparativo entre setembro/2005 com setembro/2004: 17,8%.
O índice voltou a cair em setembro, após registrar elevação de 4,7% em agosto sobre julho. De acordo com a Serasa, ?as variações indicam uma relativa estabilidade na inadimplência da pessoa física nos últimos meses, já que a queda registrada em setembro compensa o aumento verificado em agosto?.
Para a equipe econômica da Serasa, o aumento na massa de salários, decorrente da elevação da renda média real e da relativa estabilidade nas taxas de desemprego, influenciaram o resultado do indicador.
Na avaliação dos técnicos da Serasa, a alta do indicador no acumulado dos nove meses de 2005 é fruto da expansão do crédito financeiro às pessoas físicas e do expressivo crescimento da aquisição de bens de consumo duráveis, por meio dos financiamentos da rede varejista – fatores que colaboram para um elevado endividamento da população.
A Serasa observa, entretanto, ?que o crédito vem crescendo em um ritmo maior que o da inadimplência?. O saldo de operações de crédito do sistema financeiro para as pessoas físicas aumentou 18,0% na comparação de setembro de 2005 com setembro de 2004.
Representatividade
O indicador apontou que os cheques sem fundos registraram a maior representatividade na inadimplência de consumidores em setembro de 2005, com participação de 37,3%. O percentual em setembro de 2004 foi de 34,9% e, em 2003, os registros tinham um peso de 36,0%. Na seqüência, aparecem as dívidas com cartões de crédito e financeiras, com participação de 33,2%, inferior à registrada em 2004, que foi de 33,7% e a mesma verificada em 2003. As dívidas com bancos tiveram a terceira maior participação no indicador (27,8%), em setembro de 2005. Esses registros tiveram pesos de 29,6% em 2004 e 29,0% em 2003. Os títulos protestados representam menos de 2% da inadimplência de consumidores, desde 2003.
O valor médio das anotações de cheques sem fundos das pessoas físicas, de janeiro a setembro de 2005, foi R$ 529,86. Já o valor médio de títulos protestados, no mesmo período, foi de R$ 743,52, enquanto os registros de dívidas com o sistema financeiro tiveram um valor médio de R$ 1.033,59, e os registros em outros segmentos (cartões de crédito e financeiras), de R$ 265,37.
Em relação ao período de janeiro a setembro de 2004, houve um aumento de 18,4% no valor médio das anotações de cheques sem fundos e uma alta de 18,2% no valor das anotações de protestos. O valor médio das dívidas com cartões de crédito e financeiras aumentou 7,9% em relação ao período de janeiro a setembro de 2004, e o valor das dívidas com os bancos apresentou alta de 10,5%.
