INA tem ‘oscilação estável’ nos 1ºs meses de 2013

O diretor adjunto do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Walter Sacca, disse nesta quinta-feira, 27, que o Indicador do Nível de Atividade (INA) aponta para o que chamou de “oscilação estável”. “Continuamos no ioiô. Um mês cresce, um mês diminui”, disse. Segundo a Fiesp, o INA revisado de abril apresentou alta de 0,7% ante março, enquanto o indicador de maio registrou queda de 0,9% na comparação com o mês anterior, ambos na série com ajuste.

De acordo com Sacca, é preciso ter cautela para avaliar os números, pois a base de comparação, que é o primeiro semestre de 2012, foi muito ruim. “Deve haver uma redução do crescimento pois vamos passar a comparar com números melhores no segundo semestre”, afirmou, ponderando que “ninguém se atreve a fazer previsão de como será daqui para a frente”. No acumulado deste ano até maio, o INA apresentou alta de 4,7%, enquanto em 2012 no período recuou 5,6%.

Segundo Sacca, três setores merecem destaque no indicador deste mês: metalurgia básica, alimentos e produtos químicos. O comportamento do setor de metalurgia básica, de acordo com o economista, mostra que não há consistência nem de crescimento nem de queda. “Tinha caído 6% no mês passado e neste mês subiu 6%”, disse. Dentro do segmento, o melhor desempenho foi o total de vendas reais, que teve alta de 5,2% em maio ante abril com ajuste.

Já o setor de alimentos tem apresentado queda desde o início do ano, recuou 2% em maio sobre abril, com ajuste. “Esse resultado se deve ao aumento exagerado dos preços dos alimentos no começo do ano. Esperamos que haja uma correção disso ao longo do ano”.

Sacca diz ainda que o segmento de açúcar e álcool, que faz parte do setor de alimentos, tem contribuído para esse desempenho negativo. “Tem sido uma participação amarga dada a sazonalidade do emprego e a tendência crescente de mecanização”.

O setor de produtos químicos, por sua vez, apresentou queda de 0,3% em maio ante abril, com ajuste, e no acumulado de janeiro a maio registra queda de 2,8% sem ajuste. “A demanda do setor, segundo a Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química), cresceu 7,1% nesses primeiros meses do ano. Essa queda na indústria no período mostra que isso está sendo suprido com importação”, afirmou. Segundo o economista, essa realidade do setor químico, “vai de mal a pior”. “E não há perspectiva de mudar”.

Boletim trimestral

Sacca comentou ainda os números do Relatório Trimestral de Inflação do Banco Central, divulgado nesta quinta-feira, 27, que apontaram uma queda de perspectiva no crescimento da economia, de 3,1% para 2,7%, em 2013. “Se já era difícil fazer previsão dentro de um ambiente que estávamos vivendo, agora com as mudanças acontecendo por causa desses protestos fica ainda mais complicado”.

De acordo com o economista, a Fiesp, que começou o ano com a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 3% para 2013, já revisou o número para 2,5% e está em um processo de nova revisão. “Deve ser uma revisão para baixo”, afirmou.

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