O baixo crescimento de 0,3% do Indicador de Nível de Atividade (INA) em julho é o pior resultado para o mês desde 2006, quando o indicador fechou em 0,9%, afirmou hoje o diretor do Departamento de Economia e Pesquisas da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Francini. “A atividade industrial tem sofrido o impacto da crise externa e do real valorizado”, disse Francini.
Com relação ao Sensor, que mede o nível de confiança dos empresários, Francini disse que a taxa de 47,3 pontos registrada em agosto é a mais baixa desde dezembro de 2010, quando atingiu 47 pontos. A avaliação do diretor é de que este indicador está sinalizando uma piora das condições do setor. “O Sensor mostra que o sinal de alerta está ligado porque agosto é um mês em que a indústria normalmente registra picos de produção, uma vez que começa a se preparar para as entregas de fim do ano.”
Francini explicou também a revisão do INA de junho, em relação a maio. Pela série com ajuste, o dado foi recalculado de -0,1% para -0,4%. A leitura sem ajuste passou de -0,9% em junho ante maio para -1,5%.
“Essas revisões ocorreram porque as horas pagas pela indústria da transformação, sem ajuste sazonal, também foram alteradas de -0,6% em junho ante maio para -0,9%”, afirmou. “Na série com ajuste, as horas pagas foram revisadas de 0,4% para 0,2%. Ao mesmo tempo, o total de vendas em junho, na série sem ajuste sazonal, foi revisado de 4,2% para 3,2%, enquanto o total de vendas com ajuste passou de 1% para 0,4%.”
Projeção
Francini informou que a entidade revisou sua projeção de crescimento da atividade industrial paulista neste ano de 3,5% para 2,5%. No ano passado, a indústria do Estado registrou expansão de 8,7%.
A alteração ocorreu há dez dias, junto com o rebaixamento da previsão de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) nacional de 4% para 3,7% em 2011. Francini explicou que os novos cálculos levaram em consideração o rebaixamento do rating (nota) dos Estados Unidos pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s. Com as mudanças dos cenários externo e doméstico, Francini disse que não se surpreenderá se o nível de emprego na indústria de transformação paulista fechar o ano negativo.