Imposto menor para ricos é ‘erro fiscal’, diz Geithner

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, vai defender hoje o plano da Casa Branca de deixar os cortes de impostos para os norte-americanos mais ricos expirarem no fim do ano, argumentando que eles colocariam em perigo a frágil recuperação econômica. “Tomar empréstimos para financiar a redução de impostos para os 2% mais ricos da população seria um erro fiscal de US$ 700 bilhões. Isso não é o que a economia precisa no momento, e o país não tem como bancar isso”, defende Geithner, de acordo com trecho de seu discurso divulgado pelo Tesouro. O secretário vai falar hoje à tarde no Centro para o Progresso Americano, de orientação esquerdista.

Os argumentos de Geithner representam exatamente o oposto do que pensam os membros do Partido Republicano e mesmo alguns legisladores do Partido Democrata, que argumentam que permitir que os impostos aumentem, mesmo que para os norte-americanos mais ricos, vai prejudicar a economia em um período crítico. No geral, o discurso de Geithner vai se focar em impostos e política fiscal. De acordo com outros trechos, o secretário acredita que, “em última instância, a política fiscal deve ajustar bem as condições para o crescimento econômico, a prosperidade e a geração de empregos”.

“Nas duas últimas décadas, o governo de Washington realizou uma experiência nesse campo. Nos anos 1990, o governo conseguiu acabar com o déficit no Orçamento e os EUA experimentaram um período de crescimento guiado pelo setor privado, onde havia muita prosperidade e a geração de empregos era robusta. Na década seguinte, Washington tentou seguir um novo rumo, gerando enormes dívidas, enquanto a renda da maioria dos norte-americanos ficou estagnada e a criação de empregos foi débil. Hoje, nós estamos vivendo com o dano que essa política equivocada causou”, diz Geithner.

Em outro trecho do discurso, o secretário do Tesouro afirma que, “quando olhamos para a próxima década, existem evidências empíricas sobre o que funciona e o que não funciona. Em vez de criar uma falsa prosperidade alimentada por dívidas, que são deixadas para a próxima geração, nós precisamos restaurar uma política fiscal e de impostos pró-crescimento nos EUA, onde a classe média terá de novo uma chance de prosperar”.

Após o discurso, Geithner vai participar de um debate com o presidente e executivo-chefe do Centro para o Progresso Americano, John Podesta, e com o presidente do direitista Fórum de Ações para a América, Douglas Holtz-Eakin, além de outros participantes. As informações são da Dow Jones.

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