Importações serão recorde em março

Foto: Arquivo
Contêineres sendo descarregados no porto: mais produtos importados.

Rio – As importações devem bater valor recorde histórico em março, segundo projeção da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). De acordo com a AEB, as compras feitas pelo Brasil no exterior somaram pouco mais de US$ 9,5 bilhões – maior valor registrado num mês -, favorecidas pelo câmbio valorizado. Em 2006, o crescimento das importações chegou a 95% em relação a 2005.

 O resultado oficial das importações deste mês será divulgado amanhã pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). ?Os valores diários ao longo de março permitem estimar que este será recorde absoluto mensal para o País?, diz o vice-presidente da AEB, José Augusto de Castro. O maior valor até então havia sido o de agosto, de US$ 9,1 bilhões.

Castro explica que o resultado será surpreendente principalmente porque o mês de março não é forte em importações. ?A indústria ainda não está com produção à plena carga. Isso acontece mais no segundo semestre, entre os meses de julho, agosto, setembro e outubro?, explica ele. O fato é que a evolução das médias diárias das importações está muito ?sólida?: US$ 385 milhões em janeiro, US$ 401 milhões em fevereiro e US$ 440 milhões em março.

Provavelmente as importações crescerão pelo menos 30% este mês, ante igual período em 2006. No primeiro trimestre, o crescimento das compras no exterior está pouco acima dos 25%, enquanto as exportações avançam 14%. De forma geral, explica o vice-presidente da AEB, o câmbio estimula as empresas a substituir a produção local por importações principalmente de insumos e até bens finais. Além disso, as compras já programadas acabam saindo mais barato em reais.

Setores que lideram compras externas

Um levantamento feito com dados da Secex mostra que 32 empresas mais do que duplicaram as importações no ano passado. No grupo, aparecem firmas do setor eletroeletrônico de metais, eletrodomésticos e trading companies (empresas de comércio internacional), dentre outras. O maior crescimento do grupo é de 524,95%, da Ambev, de US$ 26,2 milhões, em 2005, para US$ 164 milhões no ano passado.

A empresa de bebidas informa que o expressivo crescimento decorre principalmente de dois motivos. Com a quebra da safra no Sul do País, foi preciso importar malte da Argentina e do Uruguai. Além disso, a companhia iniciou a compra de máquinas e equipamentos que serão utilizados na expansão das linhas de produção. A Ambev planeja investir US$ 5 bilhões no aumento da capacidade entre 2007 e 2011, para atender ao crescimento do mercado.

O crescimento da demanda interna, que varia conforme o setor, e as melhores condições geradas pelo câmbio explicam, de forma geral, o aumento da importações que vem acontecendo. No ranking de maiores expansões de importação da Secex também aparecem a Gerdau Aços Longos (471,83%), Maua Jurong (368,29%), Refinaria Petróleo Ipiranga (361,82%), Brasil Mundi Exportação e Importação (344,64%), PPE Invex Produtos Padronizados e Especiais (343,22%), Caoa Montadora de Veículos (297,21%), Wobben Windpower Indústria e Comércio (267,78%) Comexport Companhia de Comércio Exterior (230,14%).

Há também empresas de aparelhos celular, como a Nokia (crescimento de 153,15%), a varejista Wal Mart Brasil (147,74%), Positivo Informática (139,13%)e a MRS Logística (106,71%).

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