O recente aumento nas importações no País parece esconder uma boa notícia sobre a atividade econômica. Os dados desagregados da balança comercial sugerem que há uma recuperação não apenas nos investimentos, mas também na produção industrial. As informações constam de um novo índice calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O Indicador Mensal da Balança Comercial trará informações sobre a variação dos índices de preços das exportações e importações brasileiras, e também a variação de volume das exportações e importações.

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Obtido com exclusividade pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o levantamento mostra que o volume importado de bens de capital em agosto aumentou 16% em relação ao mesmo período de 2015. Ao mesmo tempo, houve um salto de 41% nas importações de bens intermediários, que estão ligados à retomada da produção industrial.

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“Os resultados indicam uma melhora futura, porque os bens intermediários estão muito ligados à indústria. Se você começa a importar de forma consistente, pode significar uma retomada da produção industrial”, lembrou Lia Valls, coordenadora de Estudos do Comércio Exterior do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV).

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O bom desempenho também foi influenciado pelo impacto positivo da valorização do real ante o dólar e da queda nos preços de itens importados. Mas a pesquisadora pondera que, no acumulado de janeiro a agosto, o volume de importação de bens intermediários ainda registra queda de 10,2%, embora o de bens de capital avance 11,7%.

As exportações brasileiras de bens de capital também cresceram no período, acumulando um avanço de 29,5% em 2016.

As demais categorias em uso também exportaram mais de janeiro a agosto em relação ao mesmo período do ano passado, um bom sinal sobre a atividade da indústria de transformação: bens de consumo duráveis (35,2%); bens de consumo não duráveis (6,8%); bens de consumo semiduráveis (15,8%); e bens intermediários (10,2%).

Em agosto, o volume de exportações de não commodities saltou 37% em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto o das commodities aumentou 2,4%. Segundo a FGV, as exportações brasileiras foram impulsionadas por acordos comerciais para vendas de automóveis, além de aviões e plataformas de petróleo.

“Está começando a reagir, mas pode arrefecer. Esse aumento de agosto pode ter sido pontual, porque quando você exporta uma plataforma de petróleo isso pesa muito, avião também”, disse Lia.

No mês de agosto, o saldo da balança comercial foi de US$ 4,2 bilhões, com crescimento de 10% nas exportações e alta de 0,4% nas importações em relação ao mesmo mês de 2015.

O Indicador Mensal da Balança Comercial integra o conjunto de informações usadas para o cálculo do Monitor do PIB da FGV e agora passará a ser divulgado individualmente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.