Estimuladas pelo crescimento acelerado da economia brasileira, as importações de bens de consumo ganharam forte impulso no primeiro semestre deste ano, com expansão de 49% em relação ao ano passado. O maior crescimento é verificado entre os itens de bens duráveis, principalmente de automóveis. As importações de bens duráveis apresentaram alta de 69,2% nos seis primeiros meses, mais do que o dobro do que o ritmo de crescimento das compras de bens de capital (máquinas e equipamentos). As compras externas de automóveis cresceram 72,3% no primeiro semestre e têm alimentado as reclamações da indústria automotiva instalada no País.
A aquisição de máquinas e equipamentos para novos investimentos no País teve uma expansão de 26,5% no primeiro semestre. Além das compras de bens duráveis, as importações de matérias-primas e produtos industrializados tiverem forte expansão de janeiro a junho: 45,8%. Esse grupo de produtos, destinados para a produção industrial, é o que tem mais peso na pauta de importações brasileiras, correspondendo a 46,8% de todas as compras externas feitas pelo País.
As compras de combustíveis e lubrificantes também tiveram expansão acelerada no primeiro semestre, pressionando a balança comercial com uma alta de 65% em comparação aos seis primeiros meses do ano passado. Para o secretário adjunto de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Fábio Faria, a expansão das importações de bens duráveis reflete o crescimento da economia brasileira, muito mais do que o dólar barato. “O crescimento econômico leva a um crescimento das importações para atender à demanda doméstica”, disse Faria. Ele lembrou que o Banco Central já apontou ontem uma projeção de crescimento de 7,3% da economia brasileira em 2010.
Exportações para China
Na contramão das exportações para outros países asiáticos, as vendas externas do Brasil para a China recuaram 2,9% em junho em relação ao mesmo mês de 2009 e 18,6% em comparação a maio deste ano. Já as vendas para todos os países da Ásia tiveram uma expansão de 12,8% no mês em relação a junho do ano passado. A China é o país que mais compra produtos do Brasil.
Segundo o secretário, essa queda não representa uma tendência, está relacionada à diminuição dos embarques de soja. “Como houve embarques expressivos de soja nos primeiros meses do ano, a China pode estar fazendo um ajuste nos seus estoques. Os estoques já estão abastecidos e agora reduziram as compras”, explicou o secretário.