Os dados mais recentes da balança comercial revelam, pela primeira vez em dois anos, uma queda no ritmo de crescimento das importações e uma relativa estabilização das vendas externas brasileiras. A análise é do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).
De acordo com o estudo, as importações crescem acima das exportações, embora o diferencial de taxas tenha caído nos últimos dois meses. Nos primeiros dez dias úteis de novembro, as importações aumentaram 26,6%, em média, em relação ao mesmo período do ano passado. Conforme o Iedi, o crescimento foi menor que o de setembro (38,6%) e o de outubro (34,7%). "A média do último trimestre chega a 33,2%, ainda muito alta, embora em processo de queda", diz a entidade.
No caso das exportações, a expansão por dia útil nos primeiros dez dias de novembro foi de 16,6%, ante 18,8% e 18,6% nos meses anteriores. A média trimestral foi 18%, o que representa uma tendência de estabilização, segundo o instituto. "Eis um quadro novo no comércio exterior brasileiro pelo menos dos últimos dois anos em que sistematicamente a aceleração vinha do lado das importações e as exportações registravam declínio de suas taxas de crescimento", observa o Iedi. Ainda segundo o estudo, a comparação com ajuste sazonal confirma esse cenário.
Nos 10 primeiros dias úteis de novembro, as importações brasileiras totalizaram US$ 5,5 bilhões, com média por dia útil de US$ 549 milhões. "Assim, pelo 4º mês consecutivo, a média diária importada superou a marca dos US$ 500 milhões." De acordo com o Iedi, as vendas externas brasileiras somaram US$ 6,9 bilhões (média diária de US$ 692 milhões), no mesmo período.
A balança comercial acumula um superávit de US$ 1,4 bilhão até o dia 18 deste mês, o que equivale a US$ 143 milhões por dia útil, um recuo de 10,5% em relação a novembro do ano passado. No acumulado no ano, o saldo é de US$ 35,8 bilhões – queda de 9,7%.
Conforme o instituto, se o perfil de comércio do início deste mês se repetir em dezembro, o saldo comercial deverá fechar o ano em US$ 40,1 bilhões, em linha com as projeções de mercado. "Ocorre que, em geral, em meses de dezembro o saldo comercial supera o de novembro. Sendo assim, é provável que tenhamos um superávit um pouco superior", avalia o Iedi.