Impasse não derruba o preço do álcool

O consumidor deve continuar pagando o preço do impasse entre usineiros e distribuidores de combustíveis. Apesar do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) afirmar que mantém a expectativa de queda no preço do álcool hidratado em função do acordo que fixou o preço do litro de álcool anidro em R$ 1,05, o presidente do Sindicombustíveis, Roberto Fregonese, acredita que, na prática, o preço não cairá nas bombas.

?O acordo só foi interessante para os usineiros, que deram um chapéu no governo federal. A redução foi de apenas três centavos e no álcool anidro. O preço do álcool hidratado continua em alta?, diz. Ele assegura que as usinas estavam vendendo ontem o álcool hidratado a R$ 1,24 e com a tarifação, ele estava chegando aos distribuidores a R$ 1,74. ?Os postos tem que trabalhar com uma margem mínima de lucros, que não permite baixar o valor ao consumidor?.

O presidente da Alcoopar, Adriano da Silva Dias, rebate os distribuidores resgatando dados estatísticos da Agência Nacional do Petróleo. Ele diz que numa análise do reajuste da gasolina em relação ao álcool nos postos, a diferença é significativa. ?De 2003 para cá, a gasolina subiu nos postos 15,41%, contra 36,21% do álcool. Nas usinas, o reajuste foi de 15%. Como se explica esse reajuste duplicado do álcool nos postos??, questiona.

Comparações

Historicamente, como mostra o levantamento semanal de preço feito pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), a cotação do litro do álcool hidratado tem um deságio entre 5% e 15% em relação ao do anidro. ?Hoje, o preço razoável do litro do álcool hidratado, que tem um percentual de 6% a 8% de água, deve oscilar entre R$ 0,95 e R$ 1,00?, diz o diretor do Departamento de Cana-de-Açúcar e Agroenergia, do Ministério da Agricultura, Ângelo Bressan.

Ele explica que o álcool anidro, que é misturado à gasolina, custa mais caro devido ao processo de desidratação. ?Esperamos que o mercado mantenha a mesma relação histórica de preços.?

Visando a solução do impasse com distribuidores e revendedores, representantes do Mapa e do Ministério de Minas e Energia vão se reunir na semana que vem para debater as margens de lucro na comercialização de álcool. ?Vamos pedir a contribuição de toda a cadeia produtiva para que o álcool combustível seja vendido a um preço razoável na entressafra?, diz Bressan. 

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