O impasse entre governo do Estado e a fabricante de embalagens Tetra Pak pode estar prestes a ser resolvido. Ontem, em reunião na Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), dirigentes da empresa e o secretário Rasca Rodrigues chegaram a um acordo: a Tetra Pak tem até o dia 16 de julho para apresentar um projeto que contemple logística de recolhimento ?satisfatória?, conforme delimitou o secretário.

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A problemática envolvendo as embalagens longa-vida começou há uma semana, quando Rodrigues afirmou estar estudando a possibilidade de proibir a comercialização das embalagens Tetra Pak no Paraná. Ele justificou a medida afirmando que a indústria não conta com logística de recolhimento das embalagens que coloca no mercado, o que configuraria falta de responsabilidade ambiental.

Por causa da ameaça, o presidente da empresa no Brasil, Paulo Nigros, e o vice-presidente na América Latina, Nelson Findeiss, vieram ontem a Curitiba para discutir uma forma de evitar que a promessa se concretizasse. Eles manifestaram que não tiveram orientação devida por parte do governo para implantação de projeto nesse sentido, mas que estavam dispostos a implantar a política de destinação. ?Somos uma empresa responsável e vamos cumprir com nossas obrigações?, disse Findeiss.

O vice-presidente desabafou, entretanto, que se sente ?um pouco acuado? com a pressão do governo. ?Investimos no Paraná, cumprimos com nossos encargos (a empresa é a segunda em recolhimento de ICMS no Estado) e empregamos. Pecamos na comunicação, mas estamos caminhando para um denominador comum?, enfatizou, fazendo referência à demora apontada por Rasca Rodrigues de um diálogo que contemplasse o recolhimento das embalagens, tentado desde agosto de 2003. Segundo o vice-presidente, isso aconteceu porque no Paraná está situado apenas o corpo operacional da empresa, estando a estrutura administrativa centrada em São Paulo.

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Nelson Findeiss não quis dar uma prévia do que deve ser apresentado à secretaria, mas afirmou não achar o prazo curto porque ?um processo como este não termina em 60 dias; demora anos?. ?Vamos começar da estaca zero e fazer um projeto a quatro mãos?, destacou. Rasca Rodrigues, por sua vez, disse que a Sema auxiliará a empresa promovendo uma aproximação junto às unidades de recolhimento do Estado.