Brasília – No início do ano o governo deve "dar as respostas" sobre os ajustes nas receitas com o fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) e só então o Banco Central poderá fazer análises do impacto do fim da cobrança, segundo informou o diretor de Política Econômica do banco, Mário Mesquita. Ele enfatizou, entretanto, que "a política fiscal não se resume a esse tema".
O Relatório Trimestral de Inflação, divulgado nesta quinta-feira (27) pelo Banco Central, informa que interrupção da cobrança da CPMF a partir de 2008 ?adicionou certa incerteza às perspectivas para a evolução das receitas federais?.
Mesmo assim, o Comitê de Política Monetária (Copom), que elabora o relatório, considera cedo para avaliar as conseqüências do fim do imposto do cheque, ?pois estas [consequências] dependem de desdobramentos futuros da política fiscal?.
Mesmo com essas indefinições, o comitê avalia que ?é de se esperar que o ritmo de crescimento do consumo do governo se mantenha nos próximos trimestres?. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e estatística (IBGE), o consumo do governo cresceu 3,5% no terceiro trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2006. ?Esse desenvolvimento foi acompanhado por forte incremento das receitas públicas?, diz o relatório do BC.
Segundo o relatório, há previsão de ?aprofundamento do processo de implementação? do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) , em 2008, o que ?deve expandir os investimentos públicos em infra-estrutura?.
No setor privado, também há previsão de aumento de investimentos. ?Por sua vez, o fortalecimento do real também tem favorecido o crescimento do investimento, uma vez que reduz os custos de bens de capital importados?.
O relatório também indica aumento da demanda, o que pode gerar inflação. Contribui para isso a redução do desemprego e aumento da massa salarial. ?A massa salarial continuará sendo um dos pilares de sustentação da demanda agregada?, diz o relatório. De acordo com o documento, outro fator que aumenta o consumo é o crescimento do crédito disponível.