Principal responsável pela desaceleração no Índice Nacional de Preços ao Consumidor amplo (IPCA)de julho, o item transporte teve deflação de preços na maior parte dos seus indicadores. No total, a queda registrada foi de 0,66%, ante uma alta de 0,14% em junho. O principal recuo entre os itens foram os ônibus urbanos, com queda de 3,32%, em função da redução tarifária em diversas cidades do País por conta das manifestações populares.

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Também apresentaram queda elementos do transporte privado, como os automóveis novos (0,29%), em função da transição dos estoques entre os modelos de 2013 e 2014. Também houve queda no valor dos carros usados (-0,37%), do seguro (-1,84%), na gasolina (-0,23%) e no etanol (-0,55%), em função da boa safra da cana.

Para a coordenadora da pesquisa do IBGE, Eulina Nunes, tamanho impacto do item de transporte não deve se repetir nos próximos meses. “Esse mesmo impacto negativo em julho não vai se repetir em agosto. As reduções não terão a mesma grandeza e importância que tiveram agora”, avalia.

A redução das tarifas de transportes públicos ainda pode impactar nos índices em agosto. Em Porto Alegre e Belo Horizonte, o resíduo é de queda de 0,4% e 2%, respectivamente. Na direção oposta, para agosto, o índice deve captar um resíduo da alta dos táxis em Recife, que foi 5,36%. Também terão resquícios de aumento de 8,64% na tarifa de energia elétrica de Curitiba.

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Na outra ponta, em relação às altas registradas pelo IPCA em julho, novamente o item empregado doméstico dominou o indicador. Ele é responsável por um impacto de 1,45% no indicador, mantendo uma trajetória de elevação dos últimos meses. De acordo com Eulina Nunes, a valorização atinge os trabalhadores já empregados e também os que buscam trabalho. “Esse é um mercado em que a oferta está muito reduzida, as pessoas têm buscado outras oportunidades. É um item que vem subindo acima do salário mínimo”, afirmou a coordenadora.

Os itens que mais contribuíram com altas no IPCA, após os empregados domésticos, são o leite longa vida (5,06%), o aluguel (0,83%) e o lanche (1,24%). “Na média, os preços dos produtos consumidos pelas famílias se mantiveram praticamente estáveis. Os produtos ainda não devolveram tudo da inflação registrada no primeiro semestre”, conclui Eulina.

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