Bons preços e razoável quantidade de opções de escolha, mas com espaço menor. É o que famílias que procuram apartamentos, principalmente de três quartos, encontram ao procurarem imóveis na Região Metropolitana de Curitiba. Uma pesquisa da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR), divulgada esta semana, mostrou que 60,3% dos imóveis ofertados são apartamentos com três dormitórios, que possuem, em média, 84 metros quadrados de área privativa, 117 de área total e preço de R$ 205 mil.

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A pesquisa foi feita entre dezembro do ano passado e fevereiro deste ano, em 1.794 unidades residenciais disponíveis em Araucária, Campo Largo, Colombo, Pinhais e São José dos Pinhais.

Uma comparação com apartamentos de três quartos em Curitiba mostra áreas médias menores nas cidades vizinhas. A metragem, por exemplo, é de 84 metros quadrados de área privativa e 117 de área total. O tamanho é quase equivalente ao dos apartamentos com dois dormitórios, na capital, que têm 66 metros quadrados de área privativa e 107 de área total. Já os apartamentos com três dormitórios, em Curitiba, têm 107 metros quadrados de área privativa e 176 de área total.

O preço, porém, pesa a favor das cidades da Região Metropolitana. Segundo o levantamento da Ademi-PR, os apartamentos de três quartos custam, em média, nas cidades pesquisadas, R$ 205 mil, o que equivale a R$ 2.440 por metro quadrado de área privativa ou R$ 1.752, se considerada a área total. Itens de lazer, como churrasqueira privativa, salão de festas e quadra esportiva, também são comuns nos empreendimentos. Alguns têm, ainda, academia.

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Em Curitiba, o valor médio de venda de imóveis da mesma categoria é de R$ 412 mil – R$ 3.850 por metro quadrado de área privativa e R$ 2.341 por metro quadrado de área total. No caso de Curitiba, o preço fica um pouco inflacionado porque são considerados, na estatística, empreendimentos de alto padrão.

Para o presidente da Ademi-PR, Gustavo Selig, os valores são menores na Região Metropolitana, em comparação a Curitiba, porque o custo de construção é menor e também devido a uma certa carência de infraestrutura em algumas regiões. “Muitas ruas não são asfaltadas, em alguns locais falta água encanada e esgoto”, explica, afirmando que superar essas deficiências é um desafio para as construtoras e incorporadoras.

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Além de metragens e preços, a pesquisa também abordou o perfil das famílias que moram nos imóveis da Região Metropolitana. E detectou, aí, outra diferença em relação aos apartamentos de Curitiba: nos municípios vizinhos, o número de habitantes por apartamento costuma ser maior. Nas unidades de três dormitórios, o número de moradores fica entre quatro e cinco pessoas. Na capital, a média é de três pessoas. O quarto que sobra ganha outro destino, como escritório ou home theater.

O levantamento ainda mostrou que famílias que procuram apartamentos de quatro dormitórios terão dificuldade de encontrar unidades nos municípios pesquisados. “Encontramos apenas um ou dois empreendimentos”, diz Selig. Unidades de um quarto também são raras, e as de dois quartos são um pouco mais comuns. Para o presidente da Ademi-PR, a proporção é parecida com a encontrada em Curitiba.

Pesquisa

De acordo com Selig, as pesquisas sobre o mercado imobiliário da Região Metropolitana de Curitiba, que devem ser bimestrais, já eram uma necessidade das empresas associadas à Ademi-PR. A intenção é mapear a região e detectar as demandas e as oportunidades existentes nos municípios.

Para o dirigente da Ademi-PR, existe público para todo tipo de lançamento. No cas,o dos imóveis de três quartos pesquisados, foi detectado que grande parte dos compradores moravam em casas, nos próprios municípios, e estão mudando para apartamentos com suas famílias.

Selig diz que não vê, ainda, uma tendência de habitantes de Curitiba migrarem para os municípios da região, atrás dos preços mais convidativos. “Em geral, o público curitibano não vai comprar na Região Metropolitana. Mas, com a valorização dos imóveis na capital, pode ser uma tendência, sim”, conclui.