O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, disse que a política econômica não é o único instrumento para garantir a recuperação da economia. Segundo ele, é preciso garantir medidas em várias frentes para garantir uma recuperação sustentável e o aumento da potencial do crescimento, como prosseguir com a aprovação de uma agenda de reformas fiscal, previdenciária e trabalhista.
Ilan destacou ainda a importância de microrreformas que melhorem o ambiente de negócios, com a redução de custos em operações financeiras. A intenção, segundo ele, é reduzir os custos do sistema financeiro nacional e garantir uma intermediação mais eficiente, com custo de crédito mais barato.
O presidente do Banco Central disse que o custo do crédito é alto no Brasil em razão de diversos fatores, mas ressaltou que o governo trabalha de forma integrada para enfrentar esses problemas. Ilan disse ainda que é necessário continuar a atrair investimentos em infraestrutura.
“A combinação da política monetária, reformas, ambiente de negócios e investimentos em infraestrutura será suficiente para uma recuperação sustentável e para o crescimento futuro”, afirmou o presidente do BC.
Ilan disse que a política monetária está se flexibilizando e que a taxa de juros real também está caindo. A expectativa de taxa de juros real na pesquisa Focus nos próximos 12 meses está em 5,3%. A taxa implícita nos títulos NTN-B para os próximos 12 meses está entre 5% e 5,5%.
“É um pouco alto para padrões internacionais, mas olhando o histórico, essa convergência vem acontecendo”, afirmou Ilan, ressaltando que essa taxa já foi de 20% nos anos 1990 e de cerca de 10% na década seguinte. “O juro real no Brasil ainda está convergindo e depende da taxa de juros estrutural.”
Segundo o presidente do BC, quanto mais o País se envolver na agenda de reformas, mais a percepção de risco será reduzida e mais rápida será a recuperação econômica. Ele disse ainda que o aumento do crédito livre no sistema financeiro nacional ajudou a aumentar a força da política monetária.
Ilan evitou antecipar ou comentar a definição da meta da inflação para 2019, que será definida em junho deste ano pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).