O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou nesta terça-feira, 7, em entrevista em Montevidéu, no Uruguai, que o mundo hoje apresenta um crescimento “espalhado”. “Antes, era mais concentrado nos Estados Unidos”, afirmou.

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“Quando há sincronia de crescimento, normalmente isso é acompanhado por normalização da taxa de juros”, disse o presidente do BC. “Como o crescimento (global) vem sem sinais de alta da inflação, o cenário é benigno”, acrescentou.

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No entanto, o presidente do BC afirmou que este cenário benigno tende a não durar para sempre. Para ele, o cenário atual não é de risco maior para as commodities, já que ele é de crescimento. “Quando o crescimento global é robusto, isso tende a sustentar o preço das commodities”, pontuou.

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Ilan afirmou ainda que a escolha do novo presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, “foi boa”. “O novo presidente tem a vantagem de já estar dentro do Fed”, afirmou.

Questionado por jornalistas a respeito do impacto da alta recente do dólar sobre a inflação brasileira, Goldfajn disse que, no Brasil, o câmbio é flutuante. “Quanto mais flutuante, menos tem a ver com movimentos de longo prazo da inflação”, afirmou. Ilan disse ainda que o BC está “confortável” com o nível atual das reservas e do estoque de swaps cambiais. “Estamos confortáveis com este seguro cambial para o futuro”, afirmou.

Perguntado ainda a respeito dos questionamentos que têm surgido, no Tribunal de Contas da União (TCU), a respeito dos instrumentos híbridos utilizados por bancos para o cumprimento dos parâmetros do acordo de Basileia, ele evitou tecer comentários. “Não tenho como comentar decisões do TCU, que não são públicas”, afirmou. “Mas estamos seguros quanto ao nível de capitalização do sistema bancário brasileiro. Não vemos em nenhum banco qualquer questão a este respeito.”

Mais cedo, durante apresentação no evento do Banco Central do Uruguai, Ilan havia afirmado que um aspecto importante do trabalho da autoridade monetária é manter o setor bancário “com bastante liquidez”. Ele destacou o fato de o setor bancário, no Brasil, estar bastante provisionado.

Ilan participou da XXXII Jornadas Anuales de Economia, promovida pelo Banco Central do Uruguai, em Montevidéu. Após o evento, concedeu rápida entrevista a jornalistas brasileiros e estrangeiros. Na noite de hoje e nesta quarta-feira (8), o presidente do BC participará ainda de encontros ligados à XXXIII Reunião de Presidentes de Bancos Centrais da América do Sul.