O fluxo líquido de capital privado para as economias emergentes deve atingir US$ 720 bilhões este ano, prevê o Instituto Internacional de Finanças (IIF), que elevou suas estimativas para refletir o aumento da confiança nos últimos meses. Em outubro, o IIF projetava fluxo de US$ 672 bilhões para os emergentes neste ano.
O instituto, que reúne 38 bancos dos principais países industrializados, prevê que o fluxo de capital para emergentes em 2011 será de US$ 798 bilhões. Em 2009, o IIF estima que o fluxo recuou para US$ 435 bilhões, de US$ 667 bilhões em 2008.
“Estamos começando a ver o que pode ser uma substancial virada para cima por muitos anos no fluxo internacional de capital para muitos mercados emergentes em resposta à administração de políticas saudáveis, sólidas perspectivas econômicas e retornos significativos em relação aos investimentos em economias maduras”, disse Charles Dallara, diretor do IIF, em comunicado.
Ao mesmo tempo, representantes do IIF fizeram um alerta contra a entrada muito rápida do chamado hot money para economias emergentes como o Brasil. O País impôs em outubro um imposto de 2% sobre alguns fluxos que considerava que estavam causando um aumento disruptivo de capital e uma valorização muito acentuada do real em relação ao dólar.
“Os dois maiores dilemas que um banco central pode enfrentar além do risco sistêmico são os fundos entrando ou saindo de forma muito acelerada”, disse William R. Rhodes, vice-chairman do IIF e vice-chairman sênior do Citigroup, em Zurique.
“Estamos vendo o aumento dos níveis do fluxo de capital privado entrando nos mercados emergentes, não apenas porque estas são economias muito boas para se investir, mas também porque suas perspectivas de crescimento parecem decididamente mais favoráveis do que as das economias maduras”, disse Rhodes. Ele acrescentou que a situação é “sem precedentes” em seus 50 anos como banqueiro. As informações são da Dow Jones.