As dívidas totais de empresas, bancos, famílias e governos de países emergentes, como Brasil, África do Sul, China e Índia, deram um salto “espetacular” nos últimos dez anos, atingindo níveis preocupantes, alerta nesta segunda-feira, 3, o Instituto Internacional de Finanças (IIF), com sede em Washington. Apenas os passivos em dólar destes mercados mais que dobraram na última década, chegando a US$ 7,2 trilhões.

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As dívidas totais dos emergentes chegaram a US$ 56 trilhões ao final de 2016, 3,5 vezes acima do que eram há dez anos (US$ 16 trilhões). Em porcentual do Produto Interno Bruto (PIB), os passivos subiram de 146% para 215%.

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O aumento foi puxado principalmente pelas empresas não financeiras, que aproveitaram as baixas taxas de juros no mercado internacional, especialmente nos países desenvolvidos, para captar recursos.

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“Enquanto os riscos associados com descasamento de moedas podem não ser tão agudo como foi em crises passadas nos emergentes, a dívida total dos emergentes, na medida em que a as taxas de juros globais estão subindo, é uma crescente fonte de preocupação”, afirma o relatório do IIF.

Em dez anos, a dívida dos emergentes, considerando empresas, bancos, governos e famílias, aumentou em US$ 40 trilhões. A maior parte destes recursos foi tomado em moeda local, mas a parcela em moeda estrangeira é crescente e já responde por 30% do PIB desta região. O crescimento das dívidas em dólar e outras moedas foi mais acentuado em países da América Latina, Turquia e na África do Sul.

Nos países desenvolvidos, os passivos também tiveram expansão, mas em ritmo menos acelerado que nos emergentes. Na última década, os passivos aumentaram em US$ 32 trilhões, com o total das dívidas chegando a US$ 160 trilhões – 390% do PIB ao final de 2016. A expansão dos passivos foi puxada pelo setor público, enquanto famílias e empresas reduziram os débitos, como reflexo da crise financeira mundial de 2008.