Desde que a Medida Provisória (MP) 579, por meio de corte expressivo da tarifa de energia elétrica, renovou as concessões do setor, os investimentos da Eletrobras já caíram cerca de 30%, calcula o analista Raul Ramos Timponi, da IHS Cera. “A renovação das concessões provocou um impacto de queda nos investimentos na ordem de 30% em empresas como a Eletrobras”, disse há pouco em sessão dos eventos simultâneos Power-Gen Brasil, HydroVision, Brasil e DistribuTech Brasil, promovidos pela PennWell.

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Para o analista, a “tempestade regulatória” iniciada com a MP, em setembro do ano passado, fez com que as empresas do setor perdessem muito valor de mercado, numa interpretação dos investidores de que, com as alterações no marco regulatório, elas enfrentariam uma nova realidade financeira.

Competitividade

Além de provocar impacto negativo nas empresas, a redução da tarifa também não causou efeito significativo na competitividade da indústria brasileira (um dos principais objetivos do governo), criticaram os participantes do evento. Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e Consumidores Livres (Abrace) Paulo Jerônimo Bandeira de Mello Pedrosa, a redução de 7,5% no custo da energia elétrica para a indústria não foi suficiente. “Em uma pesquisa feita pela Associação, 89% das empresas consultadas se disseram não estimuladas pela redução”.

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