A inflação medida pelos Índices Gerais de Preços deve continuar ganhando força até o início do próximo mês, disse nesta segunda-feira, 17, o superintendente adjunto de inflação da Fundação Getulio Vargas (FGV), Salomão Quadros. Segundo ele, há mais fatores de aceleração do que de alívio. Hoje, a instituição anunciou que o IGP-10 subiu 0,82%, após avanço de 0,02% em outubro. “A tendência dos IGPs até o início de dezembro é de aceleração”, disse Quadros.

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Como fatores de pressão, os próximos IGPs devem trazer o reajuste dos combustíveis (em vigor desde 7 de novembro), o aumento nas tarifas de energia elétrica residencial da Light, no Rio (também a partir de 7 de novembro) e o dissídio da construção civil em Recife. O retorno das chuvas a locais onde a estiagem provocou incertezas em relação à próxima safra, porém, deve trazer acomodação nos preços de alimentos, que ganharam força este mês.

“Até agora, o efeito dos combustíveis foi pequeno. Ele vai aparecer quase que por inteiro no IGP-DI (que vai captar preços desde 1º a 31 de novembro)”, afirmou o superintendente. No índice anunciado nesta segunda-feira, 17, o diesel subiu 0,65%, enquanto a gasolina ficou 0,39% mais cara no atacado. No varejo, a gasolina subiu 0,11%.

Na refinaria, os reajustes autorizados pela Petrobras foram de 3% na gasolina e 5% no diesel. “Esse efeito ainda vai aparecer e será fator de aceleração no IPA, aparecendo ao longo do mês de novembro”, acrescentou Quadros.

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Além disso, os próximos IGPs ainda devem contabilizar os efeitos do reajuste na tarifa de energia elétrica residencial da Light, no Rio. No IGP-10, o item subiu 0,84%, mas a tendência é que os indicadores passem a sofrer impacto maior do reajuste de 19,11% concedido à distribuidora pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).