IGP-M: preços de matérias-primas brutas desaceleram

A desaceleração nos preços das matérias-primas brutas, em especial as agrícolas, foi a principal influência para que a taxa da segunda prévia do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de janeiro fosse inferior ao resultado de igual período de dezembro. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a prévia de hoje registrou alta de 0,46%, contra 0,54% na anterior.

A soja em grão registrou deflação de 3,74%, depois de subir 2,78% na segunda prévia de dezembro. Também desaceleraram leite in natura (-0,91% para -5,02%), farelo de soja (3,55 para -4,69), batata-inglesa (-1,66 para -16,61) e laranja (11,91% para 4,13%). No sentido contrário, aceleraram minério de ferro (0,59% para 1,84%), café (em grão) (4,32% para 10,19%) e bovinos (1,16% para 1,93%). Com essa combinação, o índice das matérias-primas brutas deixou para trás a alta de 1,28% na segunda prévia de dezembro para subir apenas 0,16%.

Ainda nos preços ao atacado, os bens intermediários aceleraram na passagem do mês, de 0,40% para 0,64%. O destaque coube ao subgrupo materiais e componentes para a construção, com alta de 1,11%, depois de uma queda de 0,13%. Ainda captando os preços de um terço do mês de dezembro, esta prévia reflete parte do reajuste do diesel, mas já em sentido decrescente. O item subiu 2,27%, contra alta de 4,40% na segunda prévia de dezembro. Nos bens finais, o avanço de 0,08% para 0,25% teve origem no subgrupo de alimentos in natura. Depois de cair 3,50% no mês passado, essa cesta de itens diminuiu o ritmo de queda para -1,85% na segunda prévia de janeiro.

Com isso, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) foi o único, dentre os índices que compõem o IGP-M, a desacelerar na segunda prévia deste mês. O IPA subiu 0,36%, de 0,56% em igual período de dezembro

Consumidor e construção

O comportamento dos preços ao consumidor e da construção foi de aceleração na segunda prévia do IGP-M de janeiro, em sentido contrário ao indicador geral, que diminuiu o ritmo de alta (de 0,54% para 0,46%). A gasolina e o custo da mão de obra na construção foram as principais influências.

No Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que subiu 0,73% contra 0,62% na segunda prévia de dezembro, o grupo Transportes acelerou de 0,51% para 1,07%, ainda repercutindo o reajuste dos combustíveis anunciado no fim de novembro. Essa influência é detectada porque a prévia captura preços de 21 de dezembro a 10 de janeiro. Assim, a gasolina subiu 2,52%, contra 1,58% na segunda prévia de dezembro.

Também avançaram os preços dos grupos Educação, Leitura e Recreação (0,89% para 1,56%), Alimentação (0,86% para 0,98%) e Despesas Diversas (0,73% para 1,04%). Para essas classes de despesa, os destaques foram cursos formais (0,00% para 3,14%), carnes bovinas (1,13% para 2,84%) e cigarros (1,06% para 2,12%), respectivamente.

Em contrapartida, desaceleraram os grupos: Habitação (0,49% para 0,37%), Vestuário (0,58% para 0,10%), Comunicação (0,32% para 0,05%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,48% para 0,46%).

O Índice Nacional da Construção Civil (INCC) acelerou de 0,26% para 0,53% na segunda prévia de janeiro. A principal influência veio do custo da mão de obra (0,28% para 0,74%). No índice que mede o preço de materiais, equipamentos e serviços, a alta foi de 0,29%, uma leve aceleração em relação a igual prévia do mês anterior, que foi de 0,26%.

FGV: IPA-M +0,36%; IPC-M +0,73%; INCC-M +0,53%.

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