IGP-M de fevereiro deve confirmar recuo da inflação

O resultado final do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de fevereiro deve acompanhar a trajetória de desaceleração apurada nas duas prévias do mês, segundo o coordenador de análises econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros. A segunda prévia da inflação de fevereiro ficou em 0,46% pelo IGP-M, metade da taxa de janeiro (0,93%).

Segundo Quadros, a desaceleração na segunda prévia de um mês para o outro ocorreu especialmente por causa das quedas de preços, no atacado, de matérias-primas agrícolas como aves (alta de 11,09% na segunda prévia de janeiro para deflação de 8,28% em igual prévia de fevereiro); tomate (+87,64% para -9,81%), cana-de-açúcar (3,83% para -1,91%) e milho (-2,64% para -10 35%).

"As matérias-primas estão seguindo um caminho de desaceleração, mas não é ladeira abaixo", disse Salomão. Segundo ele, os recuos não são generalizados e há até mesmo tendências de aceleração em preços de alguns produtos no atacado, como feijão (queda de 8 92% em janeiro para alta de 15,90% em fevereiro), arroz em casca (2,53% para 9,28%) e minério de ferro (1,14% para 6,88%).

Quadros destacou também que a soja em grão, produto com forte peso no Índice de Preço do Atacado (IPA), "mostra resistência ou queda gradual" no ritmo de reajuste, já que passou de uma alta de 3,17% na segunda prévia de janeiro para 2,99% em igual prévia de fevereiro.

Para o economista, a colheita da safra nos próximos meses é que vai mostrar se a produção recorde esperada no País será suficiente para compensar a pressão de preços provocada pelo choque internacional de commodities.

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