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IGP-M de 2019 pode cair pela metade em relação à taxa de 7,54% de 2018, diz FGV

A forte depreciação cambial foi a grande responsável pelo avanço expressivo do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) em 2018, afirma André Braz, economista e pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV).

A despeito de ter registrado a segunda queda consecutiva, de 1,08% em dezembro, o IGP-M encerrou o ano com alta de 7,54%, após ceder 0,52% em 2017. A expectativa é de que o indicador de 2019 caia pela metade em relação ao observado este ano.

“Praticamente o IGP-M ficou o dobro do que se espera para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de 2018. Essa diferença decorre do câmbio. Como não esperamos grande desvalorização como a ocorrida este ano, há possibilidade de cair pela metade”, explica, ao cita a taxa de inflação oficial, para a qual espera-se que feche este ano abaixo de 4,00%.

O recuo do IGP-M mensal ficou menos intenso que a mediana de 1,11% das expectativas da pesquisa do Projeções Broadcast (-1,23% a -0,73%). Em relação ao dado em 12 meses, a taxa de 7,54% também ficou menor que a mediana de 7,57% (7,39% a 7,92%). “Boa parte daquela alta do dólar por causa da eleição está sendo devolvida, como mostra o dado mensal”, afirma.

A maior contribuição do movimento tanto na margem quanto no dado do ano, diz o economista, decorreu do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que é mais sensível à taxa cambial.

Em dezembro, o IPA cedeu 1,67%, após -0,81% em novembro, encerrando 2018 com inflação de 9,43%. “Mais que o dobro do esperado para o IPCA”, reforça, lembrando que enquanto o dólar tem alta em torno de 18% este ano, o IPA subiu pouco acima de 9,00%. “A atividade fraca ajudou a mitigar um pouco esse efeito do câmbio”, completa Braz.

Ainda que a taxa de juros esteja em nível histórico de baixa, o economista explica que o desemprego continua elevado, limitando a demanda e, consequentemente, repasses mais fortes para os preços.

“Em 2019, a expectativa é de crescimento maior da economia, o que pode requerer atenção em relação à dinâmica dos preços. Contudo, não esperamos que irão deslanchar, pois o externo está mais desafiador, o centro da meta para a inflação oficial é menor (4,25%). Ou seja, deve ter alguma recuperação dos preços, mas o cenário deve continuar relativamente tranquilo”, estima André Braz.

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