A inflação medida na segunda prévia do IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) de dezembro avançou para 0,63%. O resultado é próximo do verificado na segunda prévia de novembro, de 0,60%, e reflete a estabilidade nos preços do atacado. O IPA (Índice de Preços do Atacado), que representa 60% da composição do IGP-M, manteve-se praticamente estável e passou de 0,68% para 0,67%. Segundo a FGV (Fundação Getúlio Vargas) o resultado reflete o movimento de alta dos bens finais (produtos acabados) e a menor aceleração dos bens intermediários, como insumos para a indústria.
Os bens finais tiveram sua taxa elevada pela queda menor dos produtos "in natura". Neste ano, eles têm atuado como moderados da inflação, com recuo de preços mesmo em períodos de entressafra.
Em dezembro, no entanto, essa tendência começa a se reverter com uma menor queda de preços neste segmento. Já os bens intermediários registraram desaceleração na inflação com a queda de preços dos combustíveis.
A FGV identifica um cenário dual para o preço dos combustíveis no País. De um lado, os produtos que acompanham o preço do mercado internacional começam a ficar mais baratos com a queda do preço do petróleo nos últimos dias. Os óleos combustíveis cederam 6,23% e o querosene para motores, 5,40%.
Produtos que têm o preço controlado como gasolina e álcool somente agora estão repassando para o mercado interno as variações sofridas ao longo do ano. O óleo diesel subiu 4,41%.
Varejo
No varejo, a inflação dobrou e passou para 0,51%. As maiores pressões vieram dos combustíveis, com o aumento de 3,87% da gasolina e de 8,60% do álcool combustível.
O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) ainda registra resíduos da correção do índice de reajuste das tarifas de telefonia fixa. A segunda parcela deste aumento foi aplicada em novembro. Em dezembro, as tarifas subiram 1,05%.
O INCC (Índice Nacional de Custos da Construção) recuou para 0,60% ante uma alta de 0,91% no mesmo período do mês passado. A menor pressão nos preços foi causada pelo reajuste menor dos produtos siderúrgicos. O aço passou de 5,12% para 1,16%. Além disso, produtos como cimento e vidros registraram deflação de 0,31% e de 0,56%, respectivamente.
No ano, o IGP-M na segunda prévia acumula alta de 12,29%. Ontem, o IGP-10 foi o primeiro índice a divulgar a inflação para o ano, que ficou em 12,42%.