A inflação medida pelo IGP-M (Índice Geral de Preços ao Mercado) registrou deflação de 0,22% em maio, ante variação de 0,86% em abril. A principal contribuição para a desaceleração do índice partiu dos preços no atacado, que respondem por 60% da composição da taxa. O IPA (Índice de Preços do Atacado) apurou deflação de 0,77%, depois de registrar alta de 0,96% em abril.
Os preços no atacado estão caindo influenciados pela baixa do dólar. Na última sexta-feira, a moeda norte-americana fechou cotada a R$ 2,384, a menor cotação em mais de três anos. A valorização do real contribui para baratear produtos e insumos importados. Com isso, caem os preços no atacado.
Também contribuiu para a deflação o fim da estiagem na região Sul. O recuo de preços no atacado atingiu principalmente as matérias-primas agropecuárias, como milho (-3,71%), suínos (-16,72%), soja (-6,87%), bovinos (-3,92%) e arroz em casca (-14,31%). O efeito pode ser percebido também nos alimentos ?in natura?, que recuaram 2,24%.
Os alimentos não foram os únicos itens que pressionaram os preços para baixo. Os combustíveis no atacado, tanto para uso final quanto os usados na indústria, mostraram desaceleração. Os combustíveis e lubrificantes para produção registraram alta de 0,48%, ante variação de 3,33% em abril.
A perda de fôlego na inflação só não foi maior em razão dos preços no varejo, que apresentam tendência de aceleração. A inflação para o consumidor passou de 0,80% em abril para 1,02% em maio.
As principais pressões na inflação ao consumidor vieram dos grupos Habitação, Alimentação e Vestuário. O aumento das tarifas de energia elétrica em Salvador, Recife e Belo Horizonte levaram o grupo Habitação a registrar alta de 0,86%, superior aos 0,52% obtidos em abril.
Se no atacado, os alimentos contribuíram para a desaceleração, para o consumidor itens como hortaliças e legumes, carnes bovinas e panificados estão contribuindo para aumentar os preços. Hortaliças e legumes passaram de 2,88% em abril para 8,17% em maio.
Para analistas, é difícil prever quando e com que intensidade o recuo dos preços do atacado provocará desaceleração também no varejo. É provável, entretanto, que o índice de preços ao consumidor registre altas menores a partir de junho.
Na construção civil, a taxa passou de 0,38% para 0,54%.