A taxa de inflação pelo IGP-DI em 12 meses reverteu a trajetória de queda em abril e os próximos meses devem ser de alta, levando-se em consideração as taxas extremamente baixas verificadas no IGP-DI de maio a julho do ano passado. O movimento de aceleração, entretanto, deve seguir em ritmo moderado, de acordo com a Fundação Getúlio Vargas.
A variação acumulada até abril ficou em 3,86%, contra 3,32% nos 12 meses acumulados até março. Foi o primeiro movimento de aceleração desde dezembro de 2010, informou mais cedo nesta terça-feira a FGV, ao anunciar que o IGP-DI subiu 1,02% em abril, após avançar 0,56% em março.
“Em 12 meses, o IGP-DI já voltou a uma trajetória de elevação. Ela vai ser simétrica, mas não acho que vá recuperar tudo. A taxa pode subir mais por causa do comportamento do ano passado do que por uma aceleração maior este ano”, disse a jornalistas Salomão Quadros, coordenador de análises econômicas do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV.
“Se a taxa do IGP (em 12 meses) continuar subindo, é muito mais porque a taxa (do mês) do ano passado é fraca do que porque a deste ano é forte”. Em maio de 2011, o IGP-DI foi de 0,01%; em junho de -0,13%; e em julho, de -0,05%.
Segundo Quadros, a variação de 1,02% no IGP-DI de abril deste ano não indica um novo patamar para a inflação. “Essa variação não é um patamar. Tivemos um choque grande da soja, que começa a arrefecer”, contou Quadros. “Os produtos que continuarem subindo ainda não serão o suficiente para manter esse crescimento da soja.”