economia

IGP-DI 2019 será mais próximo do IPCA, diz FGV

A alta de preços dos alimentos que normalmente acontece no verão já está perdendo fôlego, e a tendência é que a inflação medida pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) arrefeça em fevereiro, avalia o coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), André Braz. Com isso, a tendência é de que o IGP-DI de 2019 feche próximo à inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), afirmou o economista.

“No ano passado, o IGP-DI (+7,1%) foi o dobro do IPCA (+3,7%), é provável que o IPA venha com mais aceleração daqui para frente, mas não tão explosiva, tem tudo para ficar mais perto da meta de inflação, que é 4,25%”, explicou. O IPA corresponde a 60% do IGP-DI.

De acordo com Braz, a variante que pode mudar essa expectativa é o câmbio, que atualmente se encontra estável, mas poderia influenciar o IPA, composto por commodities e combustíveis, dois itens impactados pela variação do dólar.

Apesar de prever ligeira alta do IPA em fevereiro, Braz explica que o IPC, que contribui com 20% do IGP-DI, “está condenado a cair” no mês que vem, já que em janeiro subiu em função de itens não recorrentes nos outros meses como a matrícula escolar.

“O IPC acelerou por causa das mensalidades escolares, reajuste das escolas, que em média subiram 5,79% em janeiro. O ensino fundamental foi o que mais subiu, 7,17% “, disse o economista.

Já a alimentação, que tem grande influência no IPC, ficou praticamente estável de um mês para outro, com tendência de desaceleração, segundo Braz. Em dezembro o preço dos alimentos havia subido 0,74% e em janeiro, 0,73%, puxado pelos alimentos in natura.

Já a alimentação medida pelo IPA, ou seja, do lado do produtor, o índice sai de uma alta de 2,32% em dezembro para alta de 0,52% em janeiro. “Tanto os alimentos in natura como os processados desaceleraram, então o processo é generalizado dentro de alimentos, que é onde as famílias gastam 20% do seu rendimento”, afirmou.

Braz destacou também a recuperação dos preços dos Bens de Investimentos (máquinas e equipamentos), que passaram de alta tímida de 0,08% em dezembro para 1,25% em janeiro. “Tudo o que a indústria demanda para produzir mais significa que a indústria está buscando investimentos, o que mais lá na frente pode se transformar em mais empregos, que é o que a gente quer”, explicou.

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