IGP de março deve ter uma “discreta” aceleração , diz FGV

O superintendente adjunto de inflação da Fundação Getulio Vargas (FGV), Salomão Quadros, afirmou nesta quinta-feira, 26, que no mês que vem o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) não deve repetir o resultado de deflação registrado em fevereiro. “Em março, devemos ter uma discreta aceleração”, afirmou.

De acordo com dados divulgados hoje pela FGV, o IGP-M desacelerou de 0,76% em janeiro para 0,27% em fevereiro. Entre os três indicadores que compõem o IGP-M, o IPA-M saiu de 0,56% em janeiro para -0,09% em fevereiro. Na mesma base de comparação, o IPC-M saiu de 1,35% para 1,14%. O INCC-M passou de 0,70% para 0,50%.

Segundo Quadros, a deflação registrada no Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) – de 0,09% em fevereiro depois de acelerar 0,56% em janeiro, com o maior peso para a desaceleração do IGP em fevereiro -, não deve se repetir, pois alguns dos itens responsáveis por essa pressão não devem ter novas quedas de preços.

“A soja, por exemplo, caiu bastante esse mês, mas já está mostrando elevação. No mês que vem, se vier com queda, ela será menor”, disse. O preço da soja em grão registrou uma redução de 6,39% em fevereiro ante queda de 0,74% em janeiro. Já o farelo de soja apresentou deflação de 5,53% ante queda de 2,96% em janeiro.

Quadros reforçou ainda que os preços dos bens intermediários e insumos, que também influenciaram bastante para a deflação de fevereiro, não devem repetir o comportamento em março. “Já houve grande queda nos preços do querosene, por exemplo, que não vai se repetir”, afirmou. Segundo a FGV, o querosene de aviação caiu 12,61% em fevereiro ante queda de 1,86% registrada em janeiro.

“Embora eu não acredite em aceleração do IPA, avalio que ele fez uma passagem rápida pelo terreno inflacionário, esse efeito ajudou o IGP, mas não vai se repetir com essa intensidade”, explicou.

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