A perda de força nos aumentos dos preços das commodities no atacado foi o que conduziu à taxa menor do Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10), que subiu 0,71% em novembro, ante alta de 1,07% em outubro.
O coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros, comentou que esse cenário levou à desaceleração de preços do Índice de Preços por Atacado (IPA) (de 1,45% para 0,98%), de outubro para novembro. "O IPA foi o que teve mais peso na desaceleração do IGP-10", afirmou o economista.
Segundo ele, entre os destaques estão elevações de preços menos intensas em soja (de 12,13% para 4,87%) e milho (de 15,11% para 3,25%); além da queda de preços em trigo (de 4,35% para -5,22%). Esse recuou derrubou a inflação das matérias-primas brutas no atacado (de 4,84% para 1,81%), de outubro para novembro. Esse setor foi que mais contribuiu para a taxa mais baixa do IPA em novembro, segundo Quadros.
Entretanto, no setor de alimentação no atacado, as quedas e desacelerações de preços não são generalizadas. O economista chamou atenção para o fato de os preços dos alimentos in natura continuarem pressionando para cima a inflação do setor atacadista. De acordo com ele, a taxa de elevação de preços nesse tipo de produto passou de 4,24% para 4,75%, de outubro para novembro.
Mas Quadros considerou que, da mesma forma que os preços dos alimentos in natura aceleram rapidamente, a desaceleração também ocorre de forma ágil. Ele não acredita em uma continuidade sustentável no movimento de aceleração de preços, no segmento de alimentação in natura no atacado.