A perda de força na inflação dos produtos industriais (de 0,75% em setembro para 0,17% em outubro) levou à taxa menor do Índice Geral de Preços-10 (IGP-10), que subiu 1,07% em outubro ante aumento de 1,47% em setembro. A informação partiu do coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros.

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Segundo ele, a desaceleração na taxa do indicador de foi quase inteiramente causada pela elevação menos intensa na taxa do Índice de Preços por Atacado (IPA, que foi de 2,06% para 1,45%). "Cerca de 70% da desaceleração do IPA foi originada do setor industrial", completou o economista.

No setor industrial, o destaque ficou por conta da elevação de preços menos intensa em alimentos processados (de 3,33% para 0 88%). Isso porque, os preços desse segmento foram puxados para baixo graças à deflação em leite e derivados (-2,15%). Durante meses, os preços do leite e de seus derivados dispararam, devido a um problema de demanda maior do que oferta.

Entretanto, os alimentos processados não foram os únicos a contribuir para uma inflação baixa no setor industrial. Quadros informou que alguns produtos estão com os preços em baixa devido ao bom comportamento do câmbio. É o caso das quedas em alumínio em lingotes (-10,56%) e celulose (-3,64%). "No IGP-10, ocorreram de forma disseminada, desacelerações e quedas de preços nos produtos industriais. Isso reforça a idéia do câmbio (como causa desse efeito)", disse.

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Quadros comentou ainda que a desaceleração na taxa do IPA poderia ter sido mais forte, não fosse a disparada nos preços dos alimentos in natura (de 0,56% para 4,24%). "Mesmo em desaceleração, o IPA também contou com pressões para cima, em sua composição", disse.