Os preços medidos pelo IGP-10 (Índice Geral de Preços -10) registraram queda de 0,41% em junho, depois de terem ficado estáveis no mês anterior. Os preços no atacado voltaram a puxar para baixo a taxa de inflação, como já havia sido verificado em outros índices da FGV (Fundação Getúlio Vargas). O IPA (Índice de Preços do Atacado) recuou de -0,43% para -1,10%.
Além do efeito benéfico da taxa de câmbio sobre os preços, a desaceleração no atacado foi influenciada pelo comportamento dos preços de alimentos processados, combustíveis e legumes e frutas.
Entre os bens intermediários (insumos), o destaque fica por conta dos materiais e componentes para manufatura, que passaram de 0,25% para -0,95%. A desaceleração desse grupo, que inclui produtos como ferro e matérias plásticas, mostra que o recuo nos preços do atacado não é apenas concentrado na agricultura e que inclui também os produtos industriais.
As matérias-primas agropecuárias continuam com os preços em queda, mas com um ritmo menor de desaceleração. A soja passou de -8,40% para -3,28% e a mandioca, de -18,33% para -8,11%.
O IGP-10 já captou um recuo mais significativo dos preços no varejo. O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) passou de 0,93% em maio para 0,51% em junho. Desde que os preços no atacado começaram a desacelerar, há mais de um mês, especulava-se sobre quando esse efeito chegaria ao consumidor.
Os grupos alimentação e transportes foram os que mais contribuíram para o recuo da inflação no varejo. No primeiro grupo, a taxa passou de 1,24% para 0,41%, com destaque para o avanço menor dos preços de hortaliças e legumes.
A deflação de 0,05% verificada no grupo transportes foi motivada principalmente pelo recuo nos preços de combustíveis e lubrificantes e de transporte público urbano, com o fim do impacto do reajuste da tarifa de ônibus urbano e com a queda no preço do álcool combustível.
O INCC (Índice Nacional de Custos da Construção) registrou alta de 2,21%, ante variação de 0,64% em maio. A aceleração é decorrente do item mão-de-obra, que avançou 4,53%, com os reajustes salariais em Brasília, Fortaleza, Florianópolis, Goiânia e São Paulo.
O IGP-10 foi calculado com base nos preços coletados de 11 de maio a 10 de junho.