economia

IFI: País tem queda do custo líquido de carregamento da dívida

A onda de redução de juros internacionais observada desde o fim de 2018 gerou um fenômeno não usual paras as reservas brasileiras, que deve cessar num futuro próximo. Relatório da Instituição Fiscal Independente (IFI), vinculada ao Senado, ao qual o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, teve acesso, mostra que o País teve uma queda do custo líquido de carregamento da dívida de 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB) em outubro de 2018 para 0,32% em agosto de 2019. Para 2020, no entanto, a IFI projeta que o custo líquido deve voltar a crescer, mas não para o patamar anterior, chegando ao fim do próximo ano próximo de 0,55% do PIB.

A queda do custo de carregamento da dívida em 2019 aconteceu porque o País registrou um aumento no rendimento das reservas. Isso ocorreu porque, com os juros internacionais mais baixos, os títulos no qual o governo brasileiro investiu para compor a dívida passaram a render mais do que os papéis disponíveis no mercado. Só entre dezembro de 2018 e agosto de 2019 o País teve um ganho de capital de US$ 12 bilhões.

“É claro que esses ganhos são temporários. Passado o período de ajuste nos preços dos títulos, o rendimento das reservas voltará a ser baixo, padrão característico dos últimos anos”, apontou o documento.

Para chegar à previsão de custo líquido de 0,55% do PIB, a IFI considerou que as reservas vão variar apenas pela incorporação de remuneração; uma média de remuneração similar às deste ano, crescimento de 0,9% em 2019 e 2% em 2020; deflator do PIB entre 3,78% e 4,15% e Selic em 4,75%.

O custo líquido das reservas é calculado pelo custo de oportunidade (o que se deixou de ganhar ou economizar com a venda dessas reservas; preponderantemente, o custo da dívida pública) menos o rendimento das reservas. O custo “bruto” das reservas, descontando os rendimentos, ficou entre 1% e 2,5% do PIB desde 2005, pelos cálculos da IFI, acompanhando os movimentos da Selic. Por isso, o custo teve queda acentuada nos últimos anos, por conta da flexibilização da política monetária e, em 2019, manteve-se em cerca de 1,3% do PIB. “Poderá diminuir ainda mais quando sofrer os efeitos da redução da Selic de 6,5% para 5,5% entre agosto e outubro”, apontou o documento.

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