Análise do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) alerta que os dados da balança comercial de agosto devem ser tomados como um sinalizador para o que pode vir a prevalecer no comércio exterior brasileiro após sucessivas ondas de valorização do real que ocorreram nos últimos três anos. Para o Iedi, importações crescendo a uma taxa média tão alta quanto a de 30% no último trimestre e exportações cuja evolução não passou de 9,0% no mesmo período não podem resultar em outra coisa senão menor saldo comercial.
Os valores do saldo comercial por dia útil alcançaram US$ 154 milhões em agosto, um montante próximo aos US$ 152 milhões de julho, níveis estes significativamente menores do que os US$ 190 milhões de abril a junho. A balança comercial de agosto fechou com um superávit de US$ 3,535 bilhões, com exportações de US$ 15 101 bilhões e importações de US$ 11,566 bilhões.
O estudo salienta que o mês de agosto teve um saldo comercial de US$ 3,5 bilhões, somente um pouco acima do valor de julho (US$ 3 3 bilhões), e significativamente abaixo dos US$ 4 bilhões que em média foram obtidos de abril a junho de 2007. O Iedi considera até que o saldo da balança comercial cairá abaixo dos US$ 40 bilhões ficando nos US$ 39,9 bilhões, levando-se em conta que o padrão de exportação, importação e saldo comercial ocorrido em agosto se mantenha para o restante do ano. Já a estimativa do mercado financeiro é de US$ 42,7 bilhões para o resultado de 2007, ante os US$ 46,1 bilhões de 2006, uma redução de 7,4%.
Exportação
O Iedi sinalizou que "o item determinante do que pode vir a ser uma nova dinâmica do comércio exterior será a exportação". Os dados são claros: entre dezembro de 2006 até agosto de 2007, as exportações por dia útil com valores dessazonalizados ficaram estáveis (variação de -0,1%). Enquanto isso, as importações também por dia útil e de acordo com valores corrigidos pelos efeitos sazonais aumentaram 23,3%. Em agosto, o desempenho exportador apresentou uma melhora com relação a julho (+7,3%), mas que não compensou o revés de julho (-9,3%).
"Já as importações registraram variação de 1,5%, dando seqüência aos três meses anteriores de crescimento positivo (8,9% em maio, 2,6% em junho e 2% em julho)", destaca o instituto.