Levantamento sobre a inflação de fevereiro, divulgado hoje pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), captou cenários bastante semelhantes para as famílias de maior e menor poder aquisitivo da capital paulista. Enquanto o Índice do Custo de Vida (ICV) teve alta de 0,41% em fevereiro contra 1,28% em janeiro, o índice específico para os mais pobres registrou alta de 0,43% em fevereiro. Já o índice dos mais ricos apresentou um resultado próximo, com inflação de 0,41%.
Além do ICV geral, o Dieese calcula mensalmente mais três índices específicos de inflação, conforme os estratos de renda das famílias de São Paulo. O primeiro grupo corresponde à estrutura de gastos de um terço das famílias mais pobres (com renda média de R$ 377,49); e o segundo contempla os gastos das famílias com nível intermediário de rendimento (renda média de R$ 934,17). Já o terceiro reúne as famílias de maior poder aquisitivo (renda média de R$ 2.792,90).
Mesmo com as semelhanças nas taxas dos três estratos, o panorama predominante é de inflação em fevereiro bem mais amena que a de janeiro. No primeiro estrato, o ICV de fevereiro foi 0,67 ponto porcentual inferior à variação positiva de 1,10% do mês anterior. No terceiro, de maior renda, a taxa de inflação foi 0,94 ponto menor do que a de janeiro. No grupo intermediário, o ICV passou de 1,26% para 0,40% entre o primeiro e o segundo mês de 2011.
De acordo com o Dieese, o aumento de 0,76% no Transporte afetou as famílias de forma crescente com o poder aquisitivo. Impactou o cálculo das taxas por estrato de renda da seguinte forma: 0,07 ponto porcentual para a taxa das famílias do primeiro estrato; 0,11 ponto porcentual para as do segundo; e 0,13 ponto porcentual para as do terceiro.
A alta de 0,39% do grupo Alimentação gerou maior impacto, de 0,15 ponto porcentual, no ICV das famílias de menor renda. Para as famílias do terceiro estrato, a contribuição foi de 0,12 ponto. Para as do segundo estrato, o impacto foi de 0,11 ponto porcentual.