São Paulo (AE) – O Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), acredita que a atual política de redução das desigualdades sociais tornou-se um ?importante entrave? ao crescimento econômico brasileiro. Na edição deste mês da revista Conjuntura Econômica, o instituto afirma que o caminho escolhido pelo governo para reduzir a desigualdade restabeleceu a ?velha oposição? entre crescer ou distribuir renda. ?A única forma de sairmos desta armadilha e o País voltar a crescer, preservando e aprofundando as conquistas em termos de distribuição de renda, é a de dar um choque de gestão no setor público?, diz a ?Carta do Ibre?.

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A redução das despesas públicas, de acordo com o Ibre, permitiria superar o dilema entre crescimento e superação das desigualdades que data do regime militar. ?É possível fazer o bolo crescer e distribuí-lo ao mesmo tempo, mas para isto é preciso rever de forma radical a atuação do Estado no Brasil?, pondera o instituto.

Ao apresentar a defesa de um choque de gestão, o Ibre reconhece a tendência de melhoria na distribuição de renda nos últimos anos, constatada pelos dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio (Pnad), embora pondere que essa redução é moderada. Na carta ?Brasil: a difícil tarefa de crescer com eqüidade?, o Ibre diz que a relação entre eqüidade e crescimento econômico ?é muito mais complicada do que as simplificações do discurso político muitas vezes parecem sugerir?.

Na defesa do choque fiscal, o Ibre afirma que ?não é qualquer caminho de redistribuição de renda que viabiliza o desenvolvimento econômico de uma nação?. A carta analisa os atuais programas de transferência de renda, para acrescentar que uma política redistributiva seria tão mais apta a promover o crescimento quanto mais esteja centrada na equalização das oportunidades educacionais.

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