A percepção de arrefecimento das tensões comerciais entre Estados Unidos e China deu condições para o Índice Bovespa recuperar nesta terça-feira quase toda a perda da véspera, quando uma onda de aversão ao risco causou quedas generalizadas nos mercados de renda variável. O principal índice de ações da B3 já iniciou o dia em terreno positivo e fechou com alta de 2,06%, aos 102.163,69 pontos, muito próximo da máxima do dia.

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A alta foi generalizada entre as blue chips, mas foi garantida principalmente pelo setor financeiro, bloco de maior peso na composição da carteira do Ibovespa. O índice que congrega 17 papéis do setor financeiro, incluindo previdência e seguros (IFNC), teve alta de 2,71%. Entre os papéis dessa carteira, destaque para Itaú Unibanco PN (+3,02%).

Os sinais de que a China não deve iniciar uma guerra cambial contra os Estados Unidos foi o gatilho de uma recuperação global dos mercados de ações. As bolsas de Nova York subiram mais de 1% e o MSCI Emerging Markets, que mede a variação das bolsas de 24 países emergentes, terminou o dia com ganho de 1,43%.

No ambiente doméstico, o noticiário foi considerado como um pano de fundo positivo, mas sem novidades que pudessem influenciar os negócios. No foco das atenções está a votação da reforma da Previdência em segundo turno na Câmara, cujas discussões se iniciam nesta terça. Analistas ouvidos pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, foram unânimes ao avaliar que a aprovação da reforma já está precificada, com limitado poder de impulsão às ações.

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Para Rodrigo Franchini, responsável pela área de produtos da Monte Bravo, o avanço das ações dependerá daqui em diante do desafio do governo de promover a recuperação da economia doméstica, em meio ao ambiente de volatilidade do mercado internacional.

“A aprovação da reforma da Previdência está encaminhada e os juros recuam. Há ainda medidas microeconômicas, como a liberação de recursos do FGTS. O mercado agora estará mais atento à questão prática, uma vez que os indicadores mostram que a economia ainda está muito parada”, disse o profissional. A reforma tributária, disse Franchini, é algo tão importante quanto a da Previdência, mas será mais difícil e demorado, tendo seus efeitos esperados para mais além.

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Enquanto as incertezas persistem, os investidores estrangeiros continuam a retirar recursos da bolsa brasileira. Na última sexta-feira foram mais R$ 724,023 milhões, o que leva o acumulado do ano a um saldo negativo de R$ 11,984 bilhões. Em julho, mais de R$ 6,5 bilhões em recursos externos deixaram a bolsa.