A volatilidade na produção industrial, que tem alternado meses de crescimento e de queda ao longo de 2013, é o que tem interferido nos resultados do mercado de trabalho no setor, aponta o técnico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) Fernando Abritta Figueiredo. O emprego na indústria recuou 0,2% em julho ante junho e 0,8% na comparação com julho de 2012, de acordo com o indicador divulgado nesta quarta-feira, 11. No ano, a queda acumulada também é de 0,8%. “As sondagens industriais mostram menor intenção dos empresários em investir. Isso se refletiu no emprego”, destaca Figueiredo.
A variação de -0,8% ante julho de 2012 foi negativa pelo 22º mês consecutivo e a mais intensa desde fevereiro deste ano, quando o indicador mensal (que compara o mês com igual período do ano anterior) apontou queda no emprego de 1,2%, segundo o IBGE. A média móvel trimestral, que é um indicador de tendência, mostra perda acumulada de 0,4% no trimestre até junho.
Mas o recuo de 1,1% nos últimos 12 meses, apesar de reforçar os resultados negativos, aponta uma queda menos intensa, ressalta Figueiredo. O indicador é o menor desde agosto de 2012, quando o acumulado em 12 meses havia sido de -1,0%. Apesar de o saldo da produção industrial em julho registrar alta de 2,0% neste ano, Figueiredo alerta para o risco de o desempenho do setor seguir oscilando entre o positivo e o negativo. “Tem de haver crescimentos constantes para que o emprego industrial se recupere”, afirma.
Horas pagas
O número de horas pagas também recuou, acumulando a terceira taxa negativa na série mês a mês. Em julho ante junho, o resultado foi de -0,3%. A perda acumulada no trimestre encerrado em julho, segundo Figueiredo, é de 1,5%, com recuos mais fortes após recuperação de 1,1% em abril deste ano. O valor da folha de pagamento real da indústria é o único indicador que registra desempenhos positivos. Na comparação com junho, o índice variou 0,4% em julho. Em relação a julho do ano passado, os ganhos foram de 3,4%. No acumulado do ano, o resultado foi de +2,8%, e em 12 meses foi mantida a tendência positiva, em 3,9%.