IBGE vê queda em setor de bens de consumo duráveis

Os setores ligados à produção de bens de consumo duráveis e semiduráveis mostram um comportamento negativo no segundo trimestre deste ano, afirmou o gerente da Coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), André Macedo. “Seja por causa do encarecimento das condições de crédito, que acabam afetando a produção de bens de consumo duráveis, especialmente a produção de automóveis; seja diante da penetração maior de produtos importados, que de alguma forma afeta a produção de bens destinados ao consumo doméstico – como o setor de calçados, vestuário, bebidas – há claramente um comportamento negativo nesse segundo trimestre do ano”, disse.

A produção de bens de consumo duráveis caiu 1,0% no trimestre encerrado em junho, frente ao mesmo trimestre de 2010. No primeiro trimestre de 2011, houve alta de 5,1% nesse segmento e, no último trimestre de 2010, a variação foi de 1,5%.

Já a produção de bens de consumo semiduráveis e não duráveis recuou 0,3% no trimestre encerrado em junho, ante igual período do ano anterior. No primeiro trimestre de 2011, o resultado tinha sido de alta de 0,7%, enquanto no último trimestre de 2010 a variação foi positiva de 1,6%.

O resultado da produção industrial como um todo foi de 0,7% no segundo trimestre do ano, ante expansão de 2,6% no primeiro trimestre de 2011 e alta de 3,3% no quarto trimestre de 2010. “Um maior ritmo da produção no primeiro trimestre, a maior penetração de produtos importados, o encarecimento nas condições de crédito, aumento dos juros e diminuição dos prazos para financiamento, formam um cenário para se entender o comportamento menos intenso da produção industrial, especialmente nesse segundo trimestre do ano”, explicou o gerente do IBGE.

No fechamento trimestral, a produção de bens de capital e de bens intermediários continua em território positivo. A produção de bens de capital subiu 4,5% no segundo trimestre, contra altas de 8,6% no primeiro trimestre do ano e de 7,1% no último trimestre de 2010. Já a produção de bens intermediários subiu 0,5% entre abril e junho de 2011, após altas de 1,9% no trimestre imediatamente anterior e de 3,9% nos últimos três meses do ano passado. “A produção de caminhões e veículos para transporte de mercadorias e de equipamentos para a construção civil ainda sustentam os resultados positivos da produção de bens de capital”, disse Macedo.

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