O setor de serviços não mostrou recuperação no primeiro trimestre de 2017, avaliou Roberto Saldanha, analista da Coordenação de Serviços e Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O volume de serviços prestados ficou estável (0,0%) no primeiro trimestre em relação ao trimestre imediatamente anterior, após ter recuado 2,7% no quarto trimestre de 2016, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços.
“O último trimestre de 2016 foi um trimestre com retração bastante expressiva. Como o setor de serviços se manteve estável comparando com o resultado de baixo crescimento, a gente conclui que, no primeiro trimestre de 2017, não houve recuperação no setor de serviços”, explicou Saldanha.
Na passagem do último trimestre do ano passado para o primeiro trimestre deste ano, os Serviços prestados às famílias cresceram 0,8%; os Serviços de informação e comunicação aumentaram 2,8%; e os Transportes e correio avançaram 1,6%. Por outro lado, os Serviços profissionais e administrativos despencaram 7,3%, enquanto o segmento de outros serviços encolheu 4,8%.
Segundo Saldanha, o segmento de Serviços profissionais é o que mais contribui para puxar para baixo os resultados do volume de serviços prestados na economia brasileira.
“É o setor que está contribuindo mais fortemente com essa queda de março. A perda justamente está muito centralizada nas empresas que prestam serviço na área de óleo e gás. Não há renovação de contratos, falta contratação de novos projetos”, justificou o pesquisador do IBGE.
A recuperação do volume de serviços prestados ainda depende de uma recuperação consistente da produção industrial no País, avaliou Saldanha.
“A retomada do setor de serviços está totalmente atrelada à retomada do setor industrial, e da demanda dos governos também, federal, estaduais e municipais. Todos eles são grandes demandantes dos serviços, principalmente de serviços profissionais e complementares”, lembrou.