IBGE: sem inflação, renda do trabalhador subiria 0,1%

A inflação no País corroeu a renda do trabalhador em abril, segundo dados da Pesquisa Mensal de Emprego divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O rendimento médio real teve queda de 0,6% em relação a março. Mas, caso não tivesse ocorrido aumentos nos preços, a alta teria sido de 0,1%, contou Adriana Araújo Beringuy, técnica da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.

“No mundo ideal, caso não houvesse inflação, esse rendimento teria crescido no mês 0,1%, em vez de ter caído 0,6%. No ano, esse rendimento cresceria em termos nominais 8,9%, em vez de ter crescido só 2,6% em termos reais”, calculou.

Segundo Adriana, o aumento na renda média real no ano teve contribuição de praticamente todas as atividades pesquisadas. A única exceção foi a indústria, cujo rendimento médio teve queda de 1%.

“O aumento do rendimento no ano foi muito impulsionado pelo rendimento no comércio, mas também na construção, nos serviços prestados a empresas. Na comparação anual, os trabalhadores de todos os grupamentos tiveram ganhos reais, exceto os da indústria, que, em 12 meses, tiveram perda de 1,0%”, ressaltou.

A alta no rendimento médio da construção foi de 10,8% em abril ante o mesmo mês de 2013. No comércio, o aumento foi de 6,3%; nos serviços prestados a empresas, de 1,5%; na educação, saúde e administração pública, de 1,1%; nos serviços domésticos, de 4,6%; e em outros serviços, de 1,0%.

Copa e trabalho

Ainda não é possível medir os efeitos da Copa do Mundo de futebol sobre o mercado de trabalho pelos dados da Pesquisa Mensal de Emprego divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“A gente consegue analisar o impacto de Natal, de Carnaval. Copa a gente nunca teve, vai ser a primeira vez, então a gente vai ter que aguardar para ver. Vai ser uma experiência nova, então a agente vai ter possibilidade de estudar e ver se tem alguma consequência sobre o mercado de trabalho”, explicou Adriana Araújo Beringuy, técnica da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Segundo ela, alguns setores que poderiam apresentar alguma influência do campeonato, como a construção e os serviços, não mostram movimentos relevantes. “Na construção, não houve mudança significativa desse setor no que diz respeito à absorção de mão de obra. O que a gente observou foi um aumento importante do rendimento dos trabalhadores da construção, que é parecido com o dos trabalhadores domésticos”, lembrou Adriana.

No caso do grupamento de outros de serviços, que inclui alojamento, lazer e alimentação, a técnica do IBGE alerta que é difícil mensurar o impacto da Copa porque essa atividade – que engloba também serviços pessoais como manicure e cabeleireiro – já mostrava expansão nos últimos tempos, por questões como o aumento da renda da população.

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