IBGE: reciclagem de latas de alumínio supera os 90%

As latinhas de alumínio são o material mais reciclado do País. Do total produzido no Brasil, o índice de reciclagem deste tipo de produto supera os 90% há cinco anos, segundo informou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os números constam da pesquisa Indicadores de Desenvolvimento Sustentável de 2010. Em 2008, a proporção de material reciclado era de 91,5%, um porcentual considerado elevado mesmo em relação a outros países.

Segundo Judicael Clevelario Junior, analista da pesquisa, de uma maneira geral o porcentual de reciclagem tem crescido nos últimos anos em quase todos os materiais, mas nenhum índice supera o das latas de alumínio. A partir de 2004, o índice do produto não ficou mais abaixo de 90%, passando de 95,7% naquele ano para 96,2% em 2005. Em 2006, ele foi de 94,4% e, em 2007, de 96,5%. O indicador de reciclagem das latinhas em 2008, de 91,5%, atingiu o menor patamar desde 2003. “Mas isso não significa que tenha ocorrido algo em 2008. O porcentual de reciclagem oscila a depender do preço do material a ser reciclado”, afirmou.

Para o analista, as oscilações no índice de reciclagem de latas de alumínio, bem como o menor interesse em reciclar outros tipos de material, são causadas pela ausência de uma política voltada para coleta seletiva. “A reciclagem do Brasil não é baseada em coleta seletiva e sim no trabalho de catadores”, explicou.

Por isso, o índice de reciclagem de cada matéria prima estaria estreitamente ligado ao preço que o material pode alcançar no mercado. Ou seja: os materiais com preços mais elevados, como as latinhas de alumínio, atrairiam maior interesse dos catadores, que com seu trabalho ajudam a elevar o índice de reciclagem deste tipo de produto. Os índices de reciclagem relacionados a outros tipos de material, excluindo as latas de alumínio, não superam os 60%. Em 2008, o segundo maior índice de reciclagem ficou com as embalagens Pet, com 54,8%. Na sequência aparecem o vidro (47,0%), as latas de aço (46,5%) e o papel (43,7%).

Clevelario Junior informou que o governo está atento à concentração da reciclagem nas mãos dos catadores de lixo. “A política nacional de recursos sólidos recentemente aprovada deu ideias de incentivo à coleta seletiva. No ministério do meio ambiente, há alguns estudos de preços mínimos para matérias oriundas de reciclagem, para acabar com a oscilação”, disse o analista. Segundo ele, o ministério também pensa em elaborar uma política de profissionalização dos catadores de lixo.

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