DESACELERAÇÃO

IBGE: produção industrial cai 2,1% em abril ante março

A produção industrial brasileira recuou 2,1% em abril ante março, na série com ajuste sazonal, informou nesta terça-feira (31) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou abaixo do piso das expectativas dos analistas, que estimaram resultado entre uma queda de 0,60% e uma expansão de 1,50%. A mediana das previsões apontava taxa positiva de 0,20%.

Na comparação com abril de 2010, a produção caiu 1,3% no mês passado. Neste caso, as estimativas variavam de um recuo de 0,80% a uma alta de 1,40%, com mediana positiva de 0,60%. Até o mês passado, a produção da indústria acumula alta de 1,6% no ano e aumento de 5,4% em 12 meses.

Atividades

A queda de 2,1% da atividade industrial entre março e abril teve 13 dos 27 ramos pesquisados apontando redução na produção, com destaque para a perda vinda de máquinas e equipamentos, que recuou 5,4% em abril, após quatro meses de crescimento, período em que acumulou ganho de 4,9%. Outras influências negativas relevantes sobre o total da indústria vieram dos ramos de produtos de metal (-9,3%), veículos automotores (-2,8%), alimentos (-2,4%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-7,6%) e refino de petróleo e produção de álcool (-1,4%).

Entre as atividades que aumentaram a produção, os desempenhos de maior importância para o resultado global foram farmacêutica (3,3%), indústrias extrativas (2,5%), fumo (20,6%), metalurgia básica (1,4%), equipamentos de instrumentação médico-hospitalares, ópticos e outros (6,6%) e outros produtos químicos (1,1%).

Entre as categorias de uso, ainda na comparação com o mês anterior, observaram-se taxas negativas em todos os segmentos, com bens de consumo duráveis (-10,1%) tendo a queda mais acentuada nesse mês, o que eliminou o avanço de 4,5% registrado em março. O setor de bens de capital, ao recuar 2,9%, mostrou redução acima da média da indústria (-2,1%), após avançar 7,7% nos últimos três meses.

Os segmentos produtores de bens de consumo semi e não duráveis (-1,5%) e de bens intermediários (-0,6%) também apontaram índices negativos, com o primeiro devolvendo parte dos 2,8% acumulados no período março/2011-dezembro/2010, e o segundo acumulando perda de 0,7% nos últimos dois meses.

Comparação com abril do ano passado

A produção industrial registrou queda de 1,3% na comparação com abril de 2010, praticamente repetindo a queda assinalada em março último (-1,4%). Nos dois últimos meses, o número de dias úteis foi menor frente a igual mês do ano anterior: março (menos dois dias) e abril (menos um dia). O índice de abril foi pressionado negativamente pelo recuo em três das quatro categorias de uso, 16 dos 27 ramos, 44 dos 76 subsetores e 52% dos 755 produtos pesquisados.

Entre os setores, as maiores influências negativas sobre a taxa global vieram, por ordem de importância, de alimentos (-8,2%), máquinas e equipamentos (-5,8%), têxtil (-15,2%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-10,3%), refino de petróleo e produção de álcool (-3,5%) e produtos de metal (-5,8%). Entre esses ramos, os itens de maior destaque foram, respectivamente, açúcar cristal e carnes e miudezas de aves; refrigeradores, congeladores e fornos microondas; roupas de banho e tecidos de algodão e de malha de algodão; transformadores; álcool etílico e naftas para petroquímica; e partes e peças para bens de capital e fechaduras.

Por outro lado, os impactos positivos mais relevantes sobre a média geral vieram da indústria farmacêutica (17,6%) e de outros equipamentos de transporte (9,7%), impulsionados pela maior fabricação de medicamentos no primeiro ramo, e de aviões e motocicletas no segundo.

Entre as categorias de uso, ainda no confronto com igual mês do ano passado, os setores produtores de bens de consumo duráveis (-5,6%) e de bens de consumo semi e não duráveis (-2,0%) assinalaram as quedas mais elevadas em abril de 2011, ambos apontando a segunda taxa negativa consecutiva nesse tipo de comparação. A produção de bens intermediários (-0,8%) registrou recuo menos intenso que a média nacional (-1,3%), enquanto o setor de bens de capital, com variação de 0,1%, mostrou o único resultado positivo nesse mês.

O segmento de bens de consumo duráveis apontou a maior redução entre as categorias de uso, pressionado em grande parte pelos recuos na fabricação de automóveis (-9,8%), eletrodomésticos (-12,9%), tanto os da “linha branca” (-11,3%) como os da “linha marrom” (-18,6%), e artigos do mobiliário (-2,6%). Nessa categoria de uso, os principais resultados positivos vieram da maior fabricação de telefones celulares (16,7%) e de motocicletas (19,1%).

A produção de bens de consumo semi e não duráveis também mostrou queda acima da média global (-1,3%) e foi negativamente influenciada pelos recuos nos grupamentos de semiduráveis (-10,1%), alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (-2,6%) e carburantes (-8,0%), explicados principalmente pela menor produção dos itens roupas de banho de algodão e calçados de plástico e couro; carnes e miudezas de aves, cervejas e chope; e álcool. O subsetor de outros não duráveis (3,2%) assinalou o único impacto positivo nessa categoria de uso, impulsionado em grande parte pela maior fabricação de livros e medicamentos.

O setor de bens intermediários (-0,8%) também teve menor produção no confronto com abril de 2010, pressionado em grande parte pelos resultados negativos observados nos produtos associados às atividades de alimentos (-19,4%), têxtil (-12,9%), outros produtos químicos (-2,7%), produtos de metal (-8,0%) e refino de petróleo e produção de álcool (-1,2%), enquanto os principais impactos positivos foram verificados em metalurgia básica (3,0%), celulose e papel (4,9%), minerais não metálicos (4,0%) e veículos automotores (4,5%). Nessa categoria de uso, vale citar os resultados negativos vindos dos grupamentos de insumos para construção civil (-1,9%), que assinalou a segunda taxa negativa consecutiva, e de embalagens (-0,2%), que interrompeu 18 meses de expansão nesse tipo de comparação.

O segmento de bens de capital foi o único que registrou resultado positivo no índice mensal (0,1%) e foi influenciado positivamente pelos avanços em bens de capital para equipamentos de transporte (7,0%) e bens de capital para construção (12,1%), uma vez que os demais subsetores apontaram queda na produção: bens de capital para energia elétrica (-22,8%), para uso misto (-3,5%), agrícolas (-16,0%) e para fins industriais (-2,0%).

 

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