A atividade agroindustrial brasileira caiu 5,4% no primeiro semestre de 2009, a maior queda desde que a pesquisa setorial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 1991. O desempenho – que ainda é melhor do que a indústria em geral, com queda de 13,4% no período – levou a uma grade redução no volume de investimentos no setor.

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Segundo o IBGE, por exemplo, a produção de máquinas e equipamentos agrícolas despencou 36,6% no semestre, enquanto os bens de capital em geral registraram queda de 23,0% na mesma comparação. Já a produção de adubos e fertilizantes caiu 23,3% no primeiro semestre. A de inseticidas, herbicidas e outros defensivos para uso agropecuário teve decréscimo de 27%, sempre na comparação com igual período de 2008.

“A receita do exportador diminuiu e o crédito também, com isso, os produtores agrícolas resolveram investir menos na safra”, disse o gerente da pesquisa da agropecuária do IBGE, Fernando Abritto. O especialista considera que a queda de demanda no exterior devido à crise global foi o que mais afetou a queda da produção agroindustrial no semestre. Isso vale tanto para os setores ligados à pecuária (-4%), quanto à agricultura (-3,5%).

Ele afirmou também que uma alta de custos na produção de leite levou alguns produtores a sacrificar parte do rebanho leiteiro e vender a carne. As vacas leiteiras e bovinos reprodutores também são considerados investimento pela pesquisa do Produto Interno Bruto (PIB) e fazem parte da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que, porém, é integrada em mais de 90% por máquinas e equipamentos e construção civil.

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Pelas comparações de trimestre com igual período de 2008, a queda dos produtos industriais com aves diminuiu do primeiro (-4,5%) para o segundo trimestre (-2,1%). Já a de bovinos, suínos e outras reses teve a redução aprofundada de 1,4% no primeiro trimestre para 5,5% no segundo. “Carne de ave é mais barata. Pode estar havendo alguma substituição”, disse Abritto.