O Brasil deve fechar este ano com uma safra superior a 122 milhões de toneladas de grãos, com um crescimento de 25,57% em relação ao ano passado. Isso representa 25 milhões de toneladas/grãos a mais, sendo 12 milhões de milho e 10 milhões de soja. A previsão anterior feita pelo IBGE, realizada pelo instituto em julho, era de 120 milhões de toneladas.
A estimativa do coordenador de agropecuária do IBGE, Carlos Alberto Lauria, é de que em 2004 o Brasil continue quebrando o recorde da safra agrícola.
“O nosso bom desempenho é resultado de três fatores: melhoria na técnica de cultivo, avanço nas pesquisas agrícolas e as condições climáticas. A única variação possível é com relação ao clima, que pode não ser tão favorável, mas os outros fatores se mantêm”.
Dos principais itens produzidos pelo país, o único que registrou queda foi o arroz (-2,29%), o que sinaliza que o Brasil vai continuar importando da Argentina para suprir o consumo nacional, segundo o coordenador de agropecuária do IBGE.
“Os principais fatores foram o aumento do preço, desestimulando alguns produtores, além de chuvas e geadas no Rio Grande do Sul. O consumo nacional é de 12 milhões de toneladas de grãos por ano e a produção deve fechar em 10 milhões.”
Entre os principais gêneros cultivados no país, o que mais cresceu, em termos percentuais, foi o sorgo (120,4%), devido ao bom desempenho da região Centro-Oeste. Em seguida estão: o milho da segunda safra (101,25%) e o trigo (78,87%), resultando em 5,3 milhões de toneladas. Mesmo assim, o Brasil ainda ficará dependente da importação do trigo de outros países, pois consome anualmente quase o dobro do previsto para fechar 2003.
A relação entre a pesquisa realizada em agosto e a feita no mês anterior, o IBGE registrou queda na segunda safra do feijão em 10,21% por causa da forte estiagem no nordeste da Bahia.